27 de novembro de 2007

Notas do dia-a-dia

Atentem: a empresa onde você trabalha, em agradecimento pelos serviços prestados por seus colaboradores, promove uma confraternização de final de ano. Até aí, tudo bem. O detalhe é que você não pode levar ninguém, a não ser você próprio - o que também não chega a ser nenhum absurdo. O melhor vem agora: se você não for, precisa preencher um formulário dizendo o motivo de sua ausência. Em outras palavras: você é quase obrigado - por constrangimento - a ir. Claro que nada impede que o(a) infeliz preencha o bendito formulário justificando tudo, mas vai ficar com a pecha de antissocial, ou coisa pior. Afinal, a empresa está gastando dinheiro com a festa, a qual, pensando bem, foi feita para você. Olha, não vejo a hora de experimentar o churrasco e entrar na piscina com todo aquele pessoal bacana...

26 de novembro de 2007

Recesso

Tenho escrito cada vez menos neste blogue. Não que eu haja, como muitos, desgostado da função. Apesar disto aqui não me gerar um centavo, ainda obtenho centigramas de prazer que não têm preço - como diria o comercial de cartão de crédito. Mas o que não consigo é tempo. Ou, ao menos, o tempo necessário para pensar num escrito, refletir mal e porcamente a respeito do dia-a-dia, e batucar algumas letras no teclado do computador. Acresce que determinados assuntos estão se tornando proibitivos: não se pode falar sobre atos do (des)governo; sobre manifestações do MST, MSE, Educafro ou o cacete; sobre queda de avião, de cabelo ou de peso. Na verdade, se você não quiser correr o risco de um processo ou coisa do gênero, melhor não falar a respeito de COISA ALGUMA. Ou isso, ou é preferível estacionar nas banalidades pessoais, ou ater-se a coisas que não incomodam ninguém, como Literatura. E, dito isso, a que ponto chegamos, não?

Mas, fora daqui, e a despeito da mesmice que tomou conta de minha existência, tenho escrito uma e outra coisinha, sim. Mas, por ora, não vou divulgar nada aqui. Vou mandar tudo para as revistas eletrônicas e impressas para ver se alguma delas me publica. Preciso sair um pouco do anonimato.

21 de novembro de 2007

Cansa...

Diante de algumas notícias, a gente fica sem saber onde é menos pior: se aqui, onde temos de agüentar os boquirrotos de sempre, ou em qualquer outro país, onde a idiotice também grassa às pampas.
Merda por merda, talvez seja melhor ficar com aquela que já conhecemos...

19 de novembro de 2007

Reflexões Ligeiras

- A vida pode não ser uma merda, mas está bem próxima da privada.
- A vingança nunca vem a galope.
- Para quem jamais comeu caviar, ensopado de rim é manjar dos deuses. O oposto, porém, nunca será verdade.
- Garçons mal-humorados estragam até a melhor das refeições.

14 de novembro de 2007

A pedidos...

Você gosta de escrever poemas? Acha que leva jeito? Então participe do 1o. Concurso de Poesia Esquina no Armadilha Poética. Mais informações, clique aqui.

12 de novembro de 2007

Proselitismo

Assim: ajudem um pobre revisor a aumentar seu prestígio. Comprem a última revista CULT, onde meu nome aparece no Expediente. E, claro, leiam a revista, ora essa!

6 de novembro de 2007

Mistérios da meia-noite

Matutando aqui no meu cantinho - como diria o caipira - cheguei a algumas conclusões nada edificantes:
- se você tem 28 anos (e declara isso para todo mundo, mais de uma vez) e assume o cargo de chefia, inclusive tendo como subordinado um sujeito de 45, deve mesmo dar uma certa insegurança. Isso talvez explique a antipatia de meu chefe em relação a mim.
- por outro lado, estou me lixando pra isso. Mesmo. Raciocinem: se você é simpático, vão achar que é bajulação; se não for, que é marcação ou má-vontade. Entre a hipocrisia e a sinceridade, fico sempre com a última - a não ser que seja o caso de demonstrar cinismo. Então, melhor concentrar todos os meus esforços em não parecer legal. Até porque não sou mesmo.
- por outro lado do outro lado, acho que o problema é de outra ordem. Só que, mais uma vez, não serei eu a trazer ou oferecer conforto ou soluções. Neste caso, melhor o divã de um analista. Freudiano.
- ainda sobrou o lance de eu negociar a troca de horários. Estou até agora elaborando estratégias, mas na hora o que vai acontecer mesmo é um "foda-se". No caso, eu mesmo. Pensaram o quê?

5 de novembro de 2007

Resultados da contenda. Ou: Diálogos sem dialogismo.

- Então, semana que vem vou precisar trocar de horário.
(Sobrolhos levantando-se)
- Bom, converse com as colegas e se uma delas topar, por mim tudo bem.
(Ah, que bom, então tudo acaba recaindo nas costas do "colaborador", que ainda precisa se indispor com os demais... Ou seja, na hora H, ninguém colabora com o colaborador.)
- Ah, tá. Bom, mas se eu não conseguir que elas troquem comigo, como ficamos?
- Não ficamos.
- Sei. A opção é eu faltar. Se entendi bem, só posso trocar de horário se alguém se dispuser a ficar no meu lugar no horário em que eu deveria estar aqui mas não estarei, mesmo que eu me comprometa a cumprir o horário na parte da manhã. É isso?
- É.
- Então melhor faltar.
- É o risco que você vai correr.
- Bom... e quanto amanhã?
- A falta de amanhã você pode compensar chegando mais cedo ou saindo mais tarde nos dias seguintes.
- Que bom.
(Nessa altura, fiquei sem entender exatamente as razões de não poder efetuar uma troca de turnos sem que eu precise arrumar alguém que fique no meu lugar. Ou melhor: entendi, mas achei melhor fingir que não.)
- Ah, e não esqueça de preencher o formulário A-27/45-5 de Justificativa de ausência. Faça isso amanhã, ok?
(Mas eu não ia faltar justamente... Bom, preciso dizer que desisti de entender a lógica da coisa?)

Notícia

O dia dos Finados já passou e eu continuo vivo.

1 de novembro de 2007

Paranóias

Tenho uma ligeira impressão de que meu chefe imediato não gosta muito de mim. Até aí, nenhuma surpresa. Pago um sorvete para quem disser que foi com minha cara assim, de primeira. A coisa não funciona desse modo, não comigo. Não sou simpático, não faço o menor esforço para sê-lo. Não me socializo com ninguém - além de eu ser doentiamente tímido. De ordinário, mantenho sempre a expressão de quem acabou de tomar óleo de fígado de bacalhau ou de quem sofre de cólica renal. Não sou bonito. E, com todos esses atributos, ainda me deram o privilégio de encerrar o expediente sozinho, ou melhor, junto com o acima referido superior. É muita sorte mesmo. Agora, imagino a felicidade que tomará conta do coração dele quando eu o avisar, semana que vem, que irei faltar na terça-feira e que daqui a duas semanas, precisarei trocar de turno. Vai ser uma festa. Não vejo a hora.

P.S.: Aliás, tem coisa mais escrota que chefe?