28 de novembro de 2009

Pensamentos desconexos

- Sabe aquela sua colega de trabalho que até que é bonita, mas tem aquele algo menos que estraga tudo? E aquela outra que é linda, é quase perfeita, mas não tem o menor interesse em você? Pois é.
- Olha, esse negócio de paixão, quando pega, derruba o sujeito, por mais marrudo que ele queira ser ou parecer. Se você estiver achando que vai cair nessa, saia correndo. Ou fique e aproveite. As consequências não se farão tardar.
- Está chegando a época em que toda a humanidade parece se irmanar numa única atitude hipócrita: acreditar na bondade alheia. E, sobretudo, sorrir, ainda que sua dor venha de uma cólica renal.
- O que dezoito anos trabalhando como professor me ensinaram foi que... deixa pra lá, para que enfrentar um processo nessa altura da vida?
- Alguém pode me dizer por que diabos, neste país, desenho animado TEM DE SER destinado ao público infantil, ainda que não obrigatoriamente o seja? Trocando em miúdos: por que os distribuidores idiotas (pleonasmo, eu sei) só enfiam cópias dubladas desse gênero? Se ainda fossem boas dublagens, mas nem isso. Claro, a taxa de analfabetismo é de tal ordem que, daqui a pouco, vamos ficar como os norte-americanos, que também não sabem assistir a filmes com legendas.
- Até dezembro.

P.S.: antes que os(as) apressadinhos tirem conclusões apressadas, reitero: tudo aqui é mentira.

27 de novembro de 2009

Não acredito

Ao fim, o que resta é apenas uma carreira de frustrações, becos sem saída, decisões equivocadas, pequenas ruínas de uma existência medíocre. Enquanto isso, mais uma vez, o sol cozinha consciências na rua barulhenta.

21 de novembro de 2009

Uma notícia nova, por favor!

- Nunca na história deste país caminhamos tão decididamente para a abertura de um fosso social em que serão atirados todos os que discordarem do pensamento imposto pelos que se apoderaram do Estado. Mais ou menos como os nazistas faziam com os corpos dos judeus que eram massacrados nos campos de concentração. Qualquer semelhança não é banal coincidência.
- Sinto pelos que acreditam nisto que aí está - muitos, inclusive, gente pela qual nutro admiração -, mas não tenho como acreditar na propaganda oficial de um país melhor. Onde, cara pálida? Para os amigos do poder, até pode ser; para os que se opõem (de verdade, não essa mentirinha que chamam de "oposição", ela própria comprometida com o esgoto da politicalha), os restos - e talvez nem isso.
- Justiça? É de chorar encontrar quem ainda tenha alguma esperança nela. Ela não existe, nunca existiu e, quando dá as caras, é apenas para proteger os poderosos, os que podem pagar para advogados chicaneiros extorquir suas vítimas em processos insanos, os que compram juízes para emissão de sentenças favoráveis. A censura, que nunca morreu, está aí de volta para provar isso.
- Consciência negra? Ok, não nego a necessidade disso. Mas digamos, em tese, que alguém proponha um dia da "consciência oriental". Isso receberá a pecha de "manifestação racista"? Serei (mais) discriminado nas ruas? Terei de usar burka? Ou, pior: teremos festividades nas quais vocês verão a "verdadeira manifestação da arte e da sabedoria oriental" etc. etc.? O próximo passo é exigir cotas para os orientais em novelas, publicidade e nas universidades. E não venham me dizer que "com vocês foi diferente", porque não foi e não é.
- E vocês ainda me vêm falar nas previsões maias do fim do mundo? Começa que, se os oráculos daquela civilização fossem tão bons assim, teriam previsto sua própria destruição. Depois, para que prever o que é mais do que óbvio? Nós, que trazemos embutido germe de nossa condição predadora, não deixaremos senão nossos prédios, nossas conquistas tecnológicas, tudo apodrecendo, entregue às baratas. Mas eu nem preciso ser feiticeiro ou o escambau para "prever" isso...

18 de novembro de 2009

Rotinas rotineiras

Sempre que acontece algo que possa me suscitar esperança na humanidade logo aparece outro fato que nega de forma radical qualquer abertura para isso. É por isso que sempre digo: jamais deixem de ter fé no potencial humano de sempre poder ser mais e mais pior.

O problema de ficar velho é que tudo o que antes era motivo de prazer passa a ser razão para doenças e preocupações. Eu disse TUDO.

Eu devia arranjar emprego como consultor de recursos humanos. É botar o olho na figura para ver se ela presta ou não. Chamem isso de preconceito; eu chamo de faro para encrenca. Até agora não errei uma.

Alguém aí foi ver esse último filme-catástrofe que anda atraindo o público? Se pretendem ir, por favor, não me convidem. Só me avisem que é para eu riscar de vez seu(s) nome(s) da minha agenda. Obrigado.

14 de novembro de 2009

O fim

Este planeta vai mesmo terminar numa imensa bola de fogo, a se repetirem dias como o de hoje...

13 de novembro de 2009

Não deixem de ir!


O grande Marcelino Freire pediu, a gente divulga: olha, de 19 a 22 de novembro acontecerá a Balada Literária, já em sua quarta edição. Mesas-redondas, bate-papos, shows - tudo girando em torno dessa arte desprezada que é a literatura. Mais informações, incluindo a programação completa, você encontra clicando aqui.

12 de novembro de 2009

Os últimos acontecimentos

E o apagão, heim? Uma série de desastres um após o outro. Declarações contraditórias, explicações sem sustentação nos fatos e, ao fim, a culpa cabe a quem não tem como se defender - como, aliás, já é praxe no reinado lulopetista -: a natureza. A mesma desculpa usada pelo governo FHC, na época chamado de imprevidente, incompetente e outros adjetivos menos qualificados ainda. Sem entrar na defesa do governo do PSDB, é de se lamentar que nem mesmo no quesito "desculpa esfarrapada" os "cumpanhêiros" têm alguma originalidade. No fundo, no fundo, parece mesmo mais uma manifestação de inveja de Lula, que queria ter um apagão só dele. Afinal, por que só o FHC pode ter?

No rol das asneiras tupiniquins, o caso da moça de minissaia foi o melhor dessas últimas semanas. Ocorre que, em tempos como os nossos, de um maniqueísmo perturbador, dizer que a Uniban coroou a sua trajetória de "universidade" com algo que só poderia ser do feitio dela, significa, nos miolos da gentinha, que eu seria "defensor" da Geisy. Nada mais falso. Mesmo porque a moça tem seus próprios defensores, e não seria eu a pessoa mais qualificada para fazer isso. No entanto, é preciso dizer quantas vezes for necessário para que os trogloditas saiam de vez do cenário: qualquer que tenha sido a indumentária usada, e qualquer que tenha sido a atitude da moça, ficou claro que ela não incorreu em nenhum ato atentatório ao pudor, no sentido criminal do termo. E, ainda assim, nada, eu disse NADA justifica o comportamento de seus "colegas". Pior mesmo foi a decisão (depois revogada) de expulsar a aluna, após "deliberação do conselho universitário" (leia-se, decisão unilateral do dono da universidade). Em outras palavras, confirmou-se a máxima patriarcalista, muito típica nossa, por sinal, de atribuir a culpa do estupro ao "comportamento insinuante" da vítima, tornada ré. Justificar uma expulsão com esse tipo de "argumento" é assinar atestado de estupidez, de comportamento discriminatório. Trata-se de chocar mais uma vez o ovo da serpente. Começa assim, depois alcança outros setores. Hoje é a moça de comportamento "incondizente"; amanhã é o judeu, depois o negro, o oriental, o homossexual. De certo modo, aos olhos do discriminador, de preconceituoso, qualquer um pode ser inconveniente e, portanto, passível de punição, linchamento, estupro. Mas, sinceramente, nada disso me surpreende, vindo ou não da Uniban. Nem ela nem seus alunos são o problema; eles são apenas o sintoma.

6 de novembro de 2009

Poema

Na minha cabeça senil havia um poema antigo que tinha o mesmo nome do que foi postado aqui anteriormente. Não o achei, contudo, em meus arquivos desorganizados. Ainda assim, me é nítida a existência dele - Freud certamente explicaria... Fiquem, pois, com este outro, também de minha dileta predileção. Otimismo é comigo mesmo! (hehehe!)


"Não existe amor com final feliz"

A imagem em branco e preto me atormenta,
Nenhum beijo se despega do desejo
Urgente que traçaste com um giz:
Não existe amor com final feliz.

E ao fundo luzes gritam da agonia
Que se esmeram teus dedos em esmagar,
Ao som de uma canção que apenas diz:
Não existe amor com final feliz.

E mesmo quando sopram teus cabelos
Brisa de flores e vento de mar,
Tu te ocultas no ser que desdiz
O enlevo armado – sal de pesadelos,
História que arrancaste com raiz:
Não existe amor, nem final feliz.

3 de novembro de 2009

Poema

"Dois continentes (II)"

para J.M.

No rigor da palavra o que sei de ti é nada
- Mina de virgem lavra - salvo uma seara
De frestas entreaberta onde deixaste
Teu rastro de perfume adolescente
De mulher que és no que fazes e pressentes
- O vale que nos aparta: dois continentes.

Nada saber, eis meu dilema - problema
Sem resolução e horizonte que se aviste.
Nada saber de teus saberes e sabores
E obscuros caminhos que em ímpeto abriste
Expõe-me à claridade do que me é próximo:
O saber que em ti prometo se projeta
Qual imagem sobre fundo transparente
E se perde no espaço, entre astros distraída
- Tu em meus poemas - travessia construída.