31 de julho de 2010

Incompreensível

Imaginem a figura: pede para ser amada, mas se você esboça algo nessa direção ela diz que nunca quis isso. Se você descarta o emocional e se restringe à parte física, ela cobra sentimento de sua parte. E assim em tudo, do sabor do pastel ao recheio da torta; do programa de fim de semana ao trabalho de todos os dias. Quanto quente, quer o frio; quando frio, deseja o nordeste. De tudo se queixa um muito, mas não admite um isso de boca alheia. E ainda diz que o doente sou eu. Engano dela: sou descrente.

30 de julho de 2010

Curto e grosso 4

As relações humanas podem ser resumidas na seguinte divisão: um entra com a bunda e outro com o pontapé. (Já pensaram que seria outra coisa, não é?)

29 de julho de 2010

Das férias - 2

Toda vez que vocês comprarem um pacote de viagem e, na última hora, a agência chegar com uma conversa de que você recebeu um upgrade, liguem todos os alarmes. É certo que vocês caíram no golpe do realocamento. Às vezes é isso mesmo, mudaram vocês de um hotel mais distante do centro para outro mais próximo, o que foi nosso caso. Isso não significa que o hotel seja melhor, como também comprovamos. Começa que não tinha restaurante. Bom, vocês vão perguntar pra que cargas d'água quereríamos comer comida de hotel, que é quase sempre mequetrefe. Respondo: sempre tem aquela noite na qual você está com preguiça de se deslocar até o centro da cidade, daí a importância dessa pequena comodidade. Também não tinha piscina. Ok, eu não iria a Gramado pra entrar na piscina, mas no hotel anteriormente reservado havia uma. De modo que, se upgrade houve, ele ficou apenas na localização do novo hotel, de fato bem mais perto do centro da cidade, o que tem lá sua comodidade. Mas eu falava de restaurantes...
De um modo ou de outro, quase todos os lugares razoáveis de lá buscam o hóspede e o levam de volta ao hotel. E de graça. Quer dizer, embutindo o custo dessa mordomia no preço da refeição. Mas só uma vez fizemos uso disso, quando saímos uma noite pra comer fondue, ou melhor, uma sequência de fondue. Na ótica dos entendidos, isso significa uma espécie de trucidação do ritual "fonduelístico", já que se trata de comer, numa única noite, uma rodada de fondue de queijo, outra de carne, arrematando tudo com um de chocolate. O de queijo até que é bom, embora faltasse sabor à mistura (faltou alho e kirsch) e os queijos não fossem lá aquela maravilha. O de carne estava bem razoável, mesmo porque o básico são os molhos (e havia uns dez potinhos de molhos diferentes - provei quase todos). O de chocolate podia ser melhor se eles limitassem as frutas a apenas duas: morango e banana. Definitivamente, melão, laranja, mamão e kiwi não combinam com chocolate. Mas o ponto alto da noite era o cantor da casa. Acho que ele devia ser amigo, irmão, camarada, cunhado ou credor do dono. Ou o próprio dono. Ele se acompanhava de um sintetizador mal tocado e desfilou, nas duas horas que ali ficamos, um vasto e eclético repertório de canções. Em inglês, francês, espanhol e português. De Elton John a Tom Jobim. E assassinou todas elas. Todas. O sujeito não alcançava notas agudas, não chegava aos tons graves, mastigava as letras em idioma estrangeiro e pronunciava alguma coisa ininteligível quando o repertório era em português. O cara era tão ruim que seria capaz de errar o tom até pra tocar a campainha de casa. Ainda bem que não estragou o jantar. Mas foi por pouco.

27 de julho de 2010

Frase do dia

Quer provar o caráter (ou a ausência disso) em uma pessoa? Dê um cargozinho qualquer a ela. O resultado é quase imediato.

Das férias

Viajar, apesar das atribulações costumeiras (dinheiro gasto, voos atrasados, passageiros estressados, conexões perdidas, micos etc.), tem lá alguma coisa de bom. Como não gosto de calor, alegria coletiva e praia, tomei o rumo de sempre: para o alto e avante, no caso, uns 800 metros acima do nível do mar, na cidade de Gramado, Rio Grande do Sul. Demos sorte, se é que isso existe: na semana anterior a nossa chegada, fizera calor; na semana posterior, aquele vendaval que destruiu um mundo de coisas por lá. Pegamos quase tudo o que fomos buscar: frio (embora com alguns dias de chuva), comida razoável e passeios pra lá e pra cá. Como sempre, os micos de turista que viaja com pacotes das agências: um "tour" por Canela e Gramado. Detalhe: sob chuva. Aí foi aquela profusão de parques temáticos, um mais constrangedor que o outro. Abro exceção ao Minimundo, mas quem já foi uma vez só precisa voltar lá após cinco anos, o que não era o meu caso. De resto, levaram a gente pra um museu de cera que parecia ter saído direto daqueles filmes "Bs" dos anos 1950. Talvez ainda pior. Olha, de todo o primeiro dia, só o que valeu a pena foi voltado a provar o apfstrudel do Castelinho do Caracol. Se eu pudesse, repetiria, mas a programação daquele dia foi tão exdrúxula que a guia nos levou para almoçar (na pior churrascaria do planeta) para DEPOIS irmos ao Castelinho. Os demais turistas não se deram conta da m..., mas eu, claro, o reclamão, achei o fim do pastoreio.
Mas isso foi apenas o começo.

22 de julho de 2010

Voltei

Muitas aventuras e fatos curiosos, bizarros e consternantes na viagem que fiz semana passada. Mas aguardem; ainda estou desfazendo as malas e arrumando o apartamento.

10 de julho de 2010

2 de julho de 2010

Fim de partida

Acabou. E já foi tarde. Adeus patriotismo de ocasião, adeus camisas amarelas, adeus vuvuzelas, adeus dias de trabalho perdidos, adeus vida alterada por conta dos jogos, adeus Dunga, adeus "jogadores-soldados da pátria amada", adeus medíocres da bola, adeus oportunismo político. Agora só em 2014. Mas eu ainda espero que não tenhamos essa "honra". Se já foi essa desgraça agora, imaginem quando e se os jogos forem aqui. A roubalheira, que já é enorme, será imensurável.