Blogue de um pretenso poeta, intelectual de cafeteria, reclamão de todas as horas e professor de Literatura por profissão (e, dizem, talento). Poemas e exercícios narrativos, crítica de cultura e maledicências ligeiras em tom farsesco. Tudo aqui é mentira.
28 de março de 2007
Reflexão rápida
O mundo corporativo é insensível. E exige cada vez mais, sem nada dar em troca. Não poderia ser diferente, já que o universo de trabalhadores sempre foi maior do que as vagas oferecidas. É da lógica do capitalismo, como sabe qualquer estudante recém-ingressado num curso superior razoável. Incrível mesmo é haver quem ainda ache existir espaço para qualquer coisa que não seja o interesse puro na exploração da mão-de-obra abundante (epa!) e na constituição da mais-valia em sua forma mais abjeta. Santa ingenuidade, diria Robin. Mas você sempre acha gente que pensa (sic) assim, que o patrão deveria levar em conta algo além do lucro, da otimização máxima da força de trabalho na geração de riquezas. Nunca foi diferente, por mais que empresários aparentemente bem intencionados digam o contrário, ou entoem a ladainha de sempre em torno do "espírito de equipe" e do "crescimento conjunto da empresa e do funcionário". É tudo muito bonito, principalmente quando o besteirol vem acompanhado de frases do tipo "tudo pelo social", "responsabilidade social", "qualidade etc. e tal", e platitudes do gênero. Mas é sempre a mesma velha exploração.
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