As curvas
para Vv.
Ontem à tarde o sol sumia entre os prédios,
Num vermelho quase líquido escorrendo,
Tal as ondas de teus cabelos
Sobre os ombros, onde carregas mares
De pesadelos e sombras secas,
Em que varetas e folhas vêm brincar.
Ontem à tarde tentei te ver
Nas ruas plenas de pessoas e pressas,
Nas páginas dos jornais, nas fotos
Impressas, nas telas dos cinemas,
No computador que não ligava,
Por ti busquei onde tu não estavas.
Hoje tenho junto a mim um céu
De chumbo e o papel em branco
Em que tento rabiscar o que de ti
Restou: as palavras destes versos
Sem medida, as curvas de teu corpo
Em minha retina, o gosto que não sei
De tua saliva.
Um comentário:
Oi!!!
Lindo este poema. Escreve mais, é muito bom passar aqui e encontrar um presente assim...
Beijos.
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