Fui aos Encontros de Interrogação na quarta-feira. Premido por um compromisso anteriormente agendado (que nem acabou acontecendo - viu Kuka? Hehehe!), acabei assistindo a apenas uma das conversas, que reuniu Marcelino Freire, Evandro Afonso Ferreira, Raimundo Carrero e Maria José Silveira. O debate girou em torno de uma questão que, sob meu ponto de vista, já deu o que tinha que dar: o (falso) dilema entre o privilégio à forma ou ao conteúdo na criação literária. "Forma", no caso, referindo-se ao trabalho com as palavras, com o material à disposição do escritor. Não obstante isso, não direi que a conversa foi ruim - pelo contrário. As intervenções desconcertantes do Evandro foram impagáveis, desmontando toda a argumentação em torno da "consciência criadora". O pior é que tanto Carrero quanto Maria José Silveira, talvez em virtude da natureza dos encontros - o academicismo parecia um corpo estranho lá -, tenham refreado as contestações à atitude provocativa do autor de Grogotó.
Outro ponto interessante foi a "chamada pro pau" que Raimundo Carrero impetrou contra Antonio Candido e a USP. No atual momento, em que todo mundo resolveu descer a cacete na universidade pública e, mais particularmente, na referida USP, soou desagradável. Mais: o ponto de vista de Carrero a respeito da obra de Candido estava mais do que equivocada. De duas uma: ou o sujeito leu mal, ou leu muito bem mas achou bonito posicionar-se contra para ser "dialético". As reações na platéia não eram exatamente favoráveis a Carrero, diga-se de passagem...
À saída, Marcelino Freire veio falar comigo, perguntar do texto que ele havia mandado para mim. Contei essa? Pois é: a meu pedido, ele havia ficado de escrever uma orelha ou apresentação para meu próximo livro de poemas. Demorou um tempo, eu enchi um pouco o saco dele, mas há alguns dias ele me enviou o arquivo. Confesso que me comovi, eu que tento ser imune a essas coisas. Nunca imaginei que meus poemas pudessem ter provocado tal reação num leitor, ainda que privilegiado. Agora só espero que o pessoal da editora pense o mesmo...hehehe!
Este blogue sofre de um problema sério: é restrito a um pequeno grupo de leitores. Da mais alta estirpe. Acontece que é da natureza dos blogues a plena acessibilidade, de modo que fico aqui nessa atitude esquizofrênica de querer ser lido e, ao mesmo tempo, ter de resguardar da invasão de indivíduos desprezíveis, que vêm me ofender anonimamente - embora eu saiba quem são eles. A idéia de acabar com os comentários já me foi sugerida, e voltou a ser avaliada. Talvez seja o caso. Quem quiser dizer alguma coisa, que me mande e-mails. Dá mais trabalho, mas não deixa de ser um filtro. Vamos ver.
5 comentários:
Olá. Vim me apresentar. Sou o autor do artigo manifesto. Depois de escrevê-lo criei um novo blogue chamado Gueto Literário (http://guetoliterario.blogspot.com), com textos pós-livro Vórtice Famigerado. Gostei bastante dos seus escritos. Salvei seu blogue em favoritos. Voltarei mais vezes. Forte abraço, Rodrigo Novaes de Almeida.
OLA
ACHEI
SEU
BLOG
E
ADOREI.
MEUS
PAREBÈNS
SEUS
TEXTOS
SAO
OTIMOS
E
DE
MUITO
BOM
GOSTO.
PARABÈNS
PELA
INICIATIVA.
NAO
DESISTA
POR
MOTIVOS
FUTEIS
COMO
AS
VISITAS
E
COMENTÀRIOS.
ESCREVER
È
UM
DOM.
FAÇA
BOM
USO
DO
SEU.
UM
ABRAÇO
E
BOA
SORTE
EM
SUA
VIDA.
AMANDA SCHERER
legal teu blogue!
descoberta boa - irei colocar link nas minhas impressões sobre o encontro.
claro que o lançamento é aberto!
te esperamos lá.
beijo
Cheguei aqui através do "ao fim da noite" e voltarei sempre. Grande abraço e vida longa.
olá, caríssimo myi! estive no encontros na mesma quarta, mas para as duas últimas mesas. achei bem legal, primcopalmente a mesa que teve a índigo, à qual discorria sobre a importância de literatura infantil ser literatura ou não. quer pergunta! mas valeu a pena. e gostei de saber sobre seu livro com a orelha do grande marça. não deixe de me avisar do lançamento. forte abraço! juliana.
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