12 de setembro de 2007

As compensações

Neste último final de semana fui ao casamento de um ex-aluno a quem muito estimo. Normalmente fujo dessas ocasiões como o demo fugiria da cruz ou como R.L. foge do espelho. Como todo mundo sabe, odeio gente. Multidões me exasperam. E eventos sociais costumam ter essas coisas. Mas fomos e chegamos em cima da hora. Por sorte, havia uma mesa com pessoas conhecidas, também ex-alunas da mesma turma do noivo. E papo vai, papo vem, surgem as conversas sobre "aquele tempo" - devidamente regadas a cerveja e uísque. E todas elas se tornaram professoras. Professoras que gostam do que fazem e buscam fazer um trabalho que não seja a reprodução do comodismo habitual da classe. E debitaram boa parte de sua capacidade a gente como eu, que exigiu delas mais do que elas acharam que podiam oferecer. Falsa modéstia à parte, creio que o máximo que fiz foi tentar mostrar que havia algo além do muro do quintal, para usar uma metáfora. Outro dia mesmo recebi uma mensagem no orkut de outra ex-aluna relatando o amor que ela sentia pela Literatura, e que isso se refletia nas salas de aula onde ela trabalhava - também debitando a mim o papel fundamental dessa formação. Gosto de saber que - ao menos no imaginário das pessoas - o que desenvolvo repercute positivamente no mundo. Talvez eu pudesse ter feito mais e melhor, mas eu sou apenas um. Não sei se isso melhorará qualquer coisa; tenho por mim que não. Mas não nego que saber que fiz alguma diferença é sempre um pensamento reconfortante.