Ando tão assoberbado com meus problemas que sequer notei o terremoto que abalou São Paulo ontem. Terremoto? Que terremoto? Numa cidade como a nossa, onde ir de casa ao trabalho já é uma aventura épica, quem é que está ligando para uma porcariazinha de tremor de terra? Alguém morreu? Algum edifício desabou? Uma epidemia de tifo se espalhou pela metrópole? Não, nada. Somos um povo tão bunda que sequer temos o luxo dessas desgraças em grande escala. Para nós, componentes desta geléia malcheirosa, resta a comédia do linchamento moral e físico, a demagogia com o miserê alheio, as manifestações de solidariedade de tapinhas nas costas e missas campais. Terremoto? Oras, terremoto é tentar sobreviver honestamente neste país de sanguessugas e honrados fdps.
E vocês viram o padre voador? Sinceramente, quem se mete a uma aventura estúpida dessas, sem conhecimento algum, sem um mínimo controle das condições técnicas, sem saber sequer manejar um GPS, tem mais é que cair ao mar e por ele ser tragado. Não que o mar mereça isso, mas... Deus? Onde ele estava mesmo?
Vale dizer que hoje passei mal, mas ainda não morri. Torçam bastante vocês aí.