Ok, Obama venceu as eleições, fato histórico em si por ser um negro (aliás, nem tanto assim, sejamos francos) que passará a habitar a Casa Branca. Mas, ao contrário do que imaginam os ingênuos e os tolos, não é isso que vai mudar alguma coisa - nem lá, e muito menos cá. Por sinal, a vitória de Obama confirma a tese do bode na sala: o essencial permanece o mesmo, mas o aroma melhorou bastante. Em outras palavras, entre Bush e Obama, não há termo de comparação. E, entre McCain (e sua candidata a vice, uma das figuras mais grotescas e hediondas a surgir no mundo político desde pelo menos Hitler) e Obama, o bom senso - matéria-prima escassa em nossos tempos - diria que o segundo tem menos chances de cometer um desastre. Ou, quem sabe, um desastre de menores proporções.
Fora isso, não vejo a razão de tanto entusiasmo. O cara vai governar os Estados Unidos, e tudo fará para defender os interesses da nação. A dele, não a nossa (a não ser que a sobrevivência deles dependa, de alguma maneira, da do Brasil). Não botem muita fé, porque, na hora H, não há dúvidas para que lado o barco vai virar. Agora, acreditar que o sujeito, por ser negro, vá mudar um milímetro a política e a economia daquele país, é ser tolo, demagogo ou um rematado filho-da-mãe. Façam suas apostas.