22 de agosto de 2009

Dias assim

É quando dela me lembro, ela tão tropical, tão afeita aos calores e aos verdes, sempre no fundo de seus olhos levemente tristes e ao mesmo tempo doando um não se contentar com ela própria, ela com seu afã de nunca estar, uma hora aqui outra acolá, ela com seu modo meio bruto e macias palavras, que eu saboreava como se estivéssemos apenas nós, corpos e desejos enlaçados, noites e dias a fio. É em dias assim, de melancolias pintando o céu, que dela faço questão de recordar, ainda que o coração sangre e doa, sem nada receber de volta.