Pensei, num primeiro momento, em relatar algo que soube hoje, envolvendo minha pessoa e determinados conceitos que certas criaturas têm a meu respeito (ou falta de). Não que tenha sido surpresa, conhecendo a humanidade como a conheço, mas não deixa de ser chato. Desisti de escrever o post, em grande medida por conta de eu já o ter escrito alguns dias atrás, quando tratei de pessoas que precisam de atenção. Pois é, não mudou quase nada, a não ser que, no caso de hoje, talvez seja mesmo questão de aumentar a dosagem dos remédios ou internar-se de vez e jogar a chave fora. Repito: odeio (melhor: desprezo) gente que se acha tão importante que considere que EU me importe ou me incomode com elas.
Mas vamos ao poema:
Das esperas
(para M.)
Em chumbo as janelas saudaram o dia:
Arrastas teu corpo entre plúmbeas pombas
E teus pulmões se enchem das fezes e pó
Por asas e rodas trazidas de lá e cá.
O que desejas aqui não se encontra
Nem onde não esperas, muito menos quando.
Te deitas, esperando chegar o sono
Ou o gozo afogado em teu pleno escuro.
Resta-te a melodia torta que entoas
Ao fundo da sala, no ocaso do que não foi
Enquanto um jazz de desencontrado ritmo
Desanda sonhos, porvires - algum futuro.