E o apagão, heim? Uma série de desastres um após o outro. Declarações contraditórias, explicações sem sustentação nos fatos e, ao fim, a culpa cabe a quem não tem como se defender - como, aliás, já é praxe no reinado lulopetista -: a natureza. A mesma desculpa usada pelo governo FHC, na época chamado de imprevidente, incompetente e outros adjetivos menos qualificados ainda. Sem entrar na defesa do governo do PSDB, é de se lamentar que nem mesmo no quesito "desculpa esfarrapada" os "cumpanhêiros" têm alguma originalidade. No fundo, no fundo, parece mesmo mais uma manifestação de inveja de Lula, que queria ter um apagão só dele. Afinal, por que só o FHC pode ter?
No rol das asneiras tupiniquins, o caso da moça de minissaia foi o melhor dessas últimas semanas. Ocorre que, em tempos como os nossos, de um maniqueísmo perturbador, dizer que a Uniban coroou a sua trajetória de "universidade" com algo que só poderia ser do feitio dela, significa, nos miolos da gentinha, que eu seria "defensor" da Geisy. Nada mais falso. Mesmo porque a moça tem seus próprios defensores, e não seria eu a pessoa mais qualificada para fazer isso. No entanto, é preciso dizer quantas vezes for necessário para que os trogloditas saiam de vez do cenário: qualquer que tenha sido a indumentária usada, e qualquer que tenha sido a atitude da moça, ficou claro que ela não incorreu em nenhum ato atentatório ao pudor, no sentido criminal do termo. E, ainda assim, nada, eu disse NADA justifica o comportamento de seus "colegas". Pior mesmo foi a decisão (depois revogada) de expulsar a aluna, após "deliberação do conselho universitário" (leia-se, decisão unilateral do dono da universidade). Em outras palavras, confirmou-se a máxima patriarcalista, muito típica nossa, por sinal, de atribuir a culpa do estupro ao "comportamento insinuante" da vítima, tornada ré. Justificar uma expulsão com esse tipo de "argumento" é assinar atestado de estupidez, de comportamento discriminatório. Trata-se de chocar mais uma vez o ovo da serpente. Começa assim, depois alcança outros setores. Hoje é a moça de comportamento "incondizente"; amanhã é o judeu, depois o negro, o oriental, o homossexual. De certo modo, aos olhos do discriminador, de preconceituoso, qualquer um pode ser inconveniente e, portanto, passível de punição, linchamento, estupro. Mas, sinceramente, nada disso me surpreende, vindo ou não da Uniban. Nem ela nem seus alunos são o problema; eles são apenas o sintoma.