3 de novembro de 2009

Poema

"Dois continentes (II)"

para J.M.

No rigor da palavra o que sei de ti é nada
- Mina de virgem lavra - salvo uma seara
De frestas entreaberta onde deixaste
Teu rastro de perfume adolescente
De mulher que és no que fazes e pressentes
- O vale que nos aparta: dois continentes.

Nada saber, eis meu dilema - problema
Sem resolução e horizonte que se aviste.
Nada saber de teus saberes e sabores
E obscuros caminhos que em ímpeto abriste
Expõe-me à claridade do que me é próximo:
O saber que em ti prometo se projeta
Qual imagem sobre fundo transparente
E se perde no espaço, entre astros distraída
- Tu em meus poemas - travessia construída.