4 de abril de 2010

Poema

Era para ser postado na quinta-feira, mas a vida anda muito corrida...

"Das afinidades"

para M.

O que separa o rio do mar que ruge
É da mesma substância que em nós mata
Seja o caldo do espírito, seja o sal
Dos corpos após o amor, suor, refluxo.

No dentro de nós a escuridão vem
E oscila entre quereres desfolhados
Ao claro nossos rostos - sós - revelam
Um sol gelado e dedos descuidados.

E o que de ti me emana - um amor
De farpas e trilhas acidentadas
Reflui em acres lagos e folhagens

Ácidas - fruto verde de futuros
Obscuros, mas plenos de ventos prenhes
Repousos, sono sob o lodo e o limo.