18 de julho de 2007

Palavras ao vento.

Ia escrever alguma coisa sobre o livro da Índigo, de que gostei demais, mas não há como. A morte de tanta gente, por algo que deveria ter sido evitado facilmente, poderia coroar os desastres de que temos sido vítimas, como "nunca na história deste pais", não fosse o seguinte: não acabou aí. Como dizem os americanos, "the cherry on the cake" ainda não foi posta, e esta geração de políticos ainda tem muito a nos apresentar. Os sobreviventes verão. E pior: nem poderão vaiar, já que até isso será proibido.

Os problemas da Educação no Brasil nunca serão resolvidos enquanto a cláusula constitucional que a torna um direito de todos não for suprimida. O Estado faliu, não por falta de dinheiro, mas pela incompetência de quem o administra. Mas nada neste e em qualquer outro mundo salvaria a Educação, cujas contradições irresolvíveis são o alfa e o ômega de seu fracasso, ou melhor, de seu sucesso. Sucesso? Sim, se levarmos em conta que o objetivo é esse mesmo, o de demonstrar sua inutilidade para as massas. "Precisamos adaptar a escola aos novos tempos" é frase de quem já se rendeu ao mercado, à deformação utilitarista que molda tudo e todos. O que seria essa adaptação? Computadores na escola? Aulas dinâmicas? Ênfase na prática? Oras, isso é o mais do mesmo, é fazer da escola uma extensão piorada da própria casa. Quem aprende alguma coisa assim? Melhor: o que se aprende em lugares desse tipo? A mesma coisa que vemos nas ruas, nas delegacias, nos palácios, nas favelas. Criamos monstros que, crentes de sua onipotência, voltam suas garras e armas para nós.
Não, isto que escrevi não é solução pra nada - antes que me venham cobrar alguma coisa. É só um desabafo diante de tanta coisa fora do lugar - de qualquer lugar.