Para não dizer que a vida tem sido improdutiva: aproveitei o tempo mais ou menos livre para botar algumas leituras em dia e ir ao cinema. Por exemplo: por um desses desvios malucos de nossa existência, só fui tomar conhecimento da poesia de Ana Rusche há pouco tempo. E ela estava ali, bem perto, já que transitamos pelos mesmos blogues e sites de Literatura. Mas, nessa minha idiossincrasia anti-social, voltava e girava sempre pelos menos lugares, sem me aventurar em descobrir o que havia por trás (no bom sentido) daqueles outros nomes. Li o 8 femmes, antologia da qual ela e outras poetas participam e, além dos nomes que eu já conhecia, pude tomar contato com outras propostas poéticas - nem todas na linha do meu gosto pessoal, vale dizer -, o que é sempre uma forma de enriquecimento. Um amigo, agora distante, já me havia alertado para a necessidade de, nas palavras dele, "sair do escritório", como se meu isolamento fosse parte de uma atitude algo blasé diante dos colegas escritores. Não é o caso, e ele, mais do que ninguém, deveria saber disso. Mas convenhamos: sou tímido, não bebo, não fumo, e acho que qualquer grupo acima de quatro pessoas já se configura uma ameaça a minha integridade física. Fica difícil, não? Acresce que, quando todo mundo se reúne, normalmente estou trabalhando. Aliás, nem sei porque ainda estou vivo.
MInto: sei. E é para ter a oportunidade de ler bons poemas, descobrir pessoas legais e perder um pouco da descrença na redenção da humanidade. Mas só um pouco.