A respeito do último lance da campanha de Marta Suplicy, o que se pode dizer? Trata-se, sem dúvida, de um golpe baixo. Tão baixo quanto os desferidos por seus ex-adversários, em disputas anteriores. Ou quanto o de Collor contra Lula, quando ambos disputaram a presidência da República. Mas como se sabe, pimenta nos olhos dos outros... E, para completar a infâmia, vem a candidata afirmar, com a maior candura, que "não sabia de nada", que isso é "decisão do marqueteiro". Ah, me engana que eu gosto!
O teor da embrulhada faz-me lembrar de um fato ocorrido já há algum tempo, quando um colega professor teria dito a seus alunos que ele era "o único professor heterossexual do curso" (confrontado, ele teria negado tudo, como de praxe). Cabe perguntar qual a relevância disso: a homossexualidade faria um professor (ou seja lá o que for) pior? Homossexuais seriam incompetentes para exercer cargos de qualquer natureza? Para muita gente que se diz progressista, nada como um pequeno confronto para fazer cair a máscara do recalque, do preconceituoso internalizado na figura pública de pessoa "da esquerda", cujo passatempo é sair por aí acusando os desafetos de pertencerem à "direita". Assim, até eu.