25 de dezembro de 2006

Então é Natal...

Toda vez que ouço a Simone cantando a versão chumbrega da já choraminguenta canção do John Lennon, tenho vontade de exercer à plena potência meu espírito natalino e mandar duas dúzias de viventes ao encontro do Criador, seja ele o que for.
Fila para supermercado, em pleno dia 24 de dezembro. E tudo porque esqueci de comprar uns badulaques que iriam abrilhantar minha noite feliz. O melhor mesmo é ver a peruada vestida para matar já na parte da manhã. Será a maquiagem durou até a hora da festa?
Mas sobrevivi. Agora tem mais uma semana até o Reveillón. Haja estômago...

16 de dezembro de 2006

Recesso

Por ora acabou. Se, de um lado, isso implica não ver mais (ou ver muito menos) pessoas que se tornaram queridas ao longo desses últimos dois anos, também significa ficar pelo menos um mês sem ter de olhar para a cara de muita gente infeliz. Viver, como os antigos discos de vinil, sempre tem dois lados.
Mas final de ano também traz consigo o inferno das compras. Não as suas, ou melhor, as minhas - que isso eu faço pela internet mesmo, que é muito mais cômodo e barato. O problema é que sair para um simples cineminha vira operação de guerra: é preciso planejar as estratégias de modo a não ser apanhado no congestionamento das ruas e dos estacionamentos. Isso implica sair da casa cedo, deixar o carro numa garagem central e pegar metrô, por exemplo. E haja disposição para entrar nos vagões cheios de gente suada, correndo o risco de ser furtado ou encontrar um grupo de adolescentes cheios de hormônios gritando em seus ouvidos.
E ainda temos as chuvas de verão. Ou melhor, as tempestades. Nessas horas, se você der o azar tremendo de estar preso no trânsito em lugares baixos ou próximo a rios e córregos, só resta abdicar de seu ateísmo e rezar. Não que a mão do criador baixará à Terra para resgatar seu carrinho das águas, mas já que você não vai mesmo conseguir salvar seu patrimônio da desgraça, corra e salve-se a si próprio. Se estiver numa região alta, cuidado com as árvores - muitas não suportam a ventania e os cupins e desabam sobre os carros. E nem adianta deixar o carro na garagem, a não ser que seja coberta e não esteja na baixada. Sabe como é: costuma chover granizo nesta época do ano...
Uma saída seria viajar. Mas como eu não tenho um Aerolula, desisti rapidinho da idéia. Até porque nem sei se terei emprego ou salário digno desse nome ano que vem. É bem provável que não. Pegar estrada virou coisa de suicida. Ir de ônibus é correr o risco de ser assaltado no meio do caminho. E esse negócio de reveillón, pra mim, é coisa de quem não se deu conta da merda em que estamos. Assim como o carnaval. Estão comemorando o quê, bando de alucinados?
Melhor mesmo ficar em casa, trancado. Mas, aí, dois problemas: os vizinhos, e a possibilidade de o prédio desabar. Bom, se for acontecer, melhor a segunda hipótese...

11 de dezembro de 2006

Do mal e outras amenidades

Isto não é uma defesa da antipática tese que divide o mundo entre o "bem" e o "mal", ou como dizem os norte-americanos: entre os "bad guys" e os "good guys". Não acho que seja assim, essa coisa maniqueísta, e que tenta transformar em algo natural aquilo que é, essencialmente, psicossocial. Mas existem aqueles que parecem ter nascido para isso. Ou foram assim criados. E o que há em comum neles é a absoluta ausência da consideração pelo outro, que sempre é visto como aquele que deve ser vilipendiado. Seja como bajulador, seja como vítima de toda e qualquer violência possível. Conheço muitas pessoas assim. Não passa pela cabeça delas que temos contas para pagar, uma família (às vezes duas ou mais, conforme o caso), que nossa vida não se resume às picuinhas que eles próprios alimentam a fim de ganhar mais e mais poder. Para eles, a vida do outro não importa. Não vale nada. Daí as ameaças físicas, morais. Daí quererem o tempo todo processar quem não concorda com a visão doentia deles. Daí a profusão de chicaneiros. Como sempre há trouxas (ou conveniências) que façam o joguinho sujo dessas figuras, permanecemos assim. Será questão de ignorar a presença deles? E quando sua vida acaba cruzando o caminho dessas criaturas? Combatê-las significa criar o inferno para si mesmo(a); acatá-las significa aceitar a hipocrisia da relação. Afinal, somos todos farsantes, não é mesmo? Alguns mais, outros menos, mas todos. E, pensando bem, isso explica à perfeição como é que chegamos onde estamos: na merda. Enfim, boa semana para todos(as)!

5 de dezembro de 2006

Frases mornas

Algumas pessoas, se morressem, preencheriam uma lacuna infindável em nossa existência.
Tenho comigo a convicção de que não é possível termos certeza de nada.
Não, gente, eu ga-ran-to que essa ponte é firme. Podem seguir em frente que ninguém vai cair.
Porque comigo é assim: não gosto de me sentir enganado. E não sou passivo. Pensam que sou passivo? Pois então aguardem meu advogado.
(No que você se dirige à saída para tomar um café, o sujeito chama você e entoa a ladainha) Sabe aquele pessoal? Então, vou ferrar quase todo mundo. Porque me disseram que, além de você, sou o único que cobra essas coisas. Ah, faça-me o favor! Parece desprezo, ou acham que a gente tem cara de trouxa. Não, eu vou falar, um a um, com eles. (Nessa hora, você hesita entre dizer alguma coisa do tipo: 'E eu kiko?', ou dar de ombros na linha do 'fazer o quê?' A prudência nos impele para a segunda opção.)
Marcar encontro com antigos (ou mesmo novos) amigos é encrenca certa. Não pelos horários, que nunca batem. Nem pelos gostos em matéria de comida ou bebida. O problema é percebermos o quanto estamos cada vez mais longe deles quanto mais desejamos estar perto.
Olha, a única alternativa possível é... (Comentário meu: se é única, não é alternativa...)
A permanência do "apagão" aeroviário é a mostra cabal da ausência de rumos em que está o país. E Lula nem se importa com isso, e sequer precisa. Ou precisaria?

Para quem espera achar algum nexo entre as frases, aviso: não há. Encarem como frases soltas, compostas ao calor da hora e da observação dos acontecimentos da semana. Talvez o nexo esteja no mosaico que elas compõem, sei lá.

2 de dezembro de 2006

Rápida!

É assim a vida de professor: chega o final de semestre e você tem um zilhão de trabalhos e provas para corrigir (ou, ao menos, ler). E, por um desses estranhos casos tipo Além da Imaginação, você nunca tem tempo de fazer tudo no tempo certo e as coisa vão se acumulando sobre sua mesa até formar aquela pilha assustadora. E os alunos perguntando a nota, se você já corrigiu, se... Aí vem a resposta padrão deste escriba: "Mandei tudo pra reciclagem de papel, porque seu trabalho só servia mesmo pra isso..." Finura incomparável, dita daquele jeito que só meus bons alunos entendem. E todos rimos com isso. Quer dizer, nem todos. Mas esses são os eternos enrustidos da vida. Enfim, tudo isso para justificar os longos intervalos sem escrever nada neste blogue (não que isso faça alguma diferença, claro!)...