30 de abril de 2009

Redundâncias

Acabei de ler: deputados aprovam cota de 10% para deficientes nas universidades. Isso vale dois comentários, um sério e outro mais sério ainda.
1. É muito fácil dar esmola com o bolso alheio.
2. Vale deficiente mental? Porque, se valer, essa cota já foi preenchida, ó, faz muuuito tempo!

29 de abril de 2009

Amor

O que há são afetos desencontrados.
De resto, não é o explodir de fogos,
Mas aquele lugar vazio em sua mesa de jantar.
Não é correr sob a chuva,
Mas gritar desconexas palavras
Para estátuas de pétreo riso,
Ao lado de pessoas em passeios
Que você nunca mais verá.
Amor é meio isso: um cisto
No pescoço que é preciso lancetar.

Tontices

Trabalhar muito e "descobrir" que, feitas as contas, você continua tão endividado quanto antes e ainda vai pagar mais imposto ao governo. Claro que estou muito feliz em contribuir para a manutenção das atividades do MST, dos "cumpanheiros" e das demais mamatas da politicalha deste país.

28 de abril de 2009

Barbas de molho

Pode ser teoria da conspiração demais, mas alguém parou para pensar que o tal linfoma na ministra-candidata pode ser golpe? Sabe, desses que aparecem por aí envolvendo celebridades que precisam alavancar sua audiência na TV e, de repente, surgem com um câncer gravíssimo que, meses depois, presto!, são "curados"? Pois é. Mas digamos que haja mesmo o tal problema. Nesse caso, sua gravidade pode ter sido... agravada só para aumentar a dramaticidade do negócio e a figura angariar simpatia e solidariedade da população, que veria nela um "exemplo de superação" e blá-blá-blá. Pode ser só paranoia demais deste escriba. Mas, neste mundo sem deus, nunca é demais botar as barbas e outras coisas de molho. Até para, constatado o golpe, não ficarmos todos com cara de trouxas. Que somos.

Ser social

Não me convidem, nunca, para duas coisas: casamento e funeral. Acho ambos um saco, quase nunca conheço os demais convidados e é quase certo que acabo dizendo alguma coisa bastante inconveniente.
Para as demais ocasiões sociais, vocês podem até me convidar - o que não significa que eu vá. Afinal: detesto multidões e gente em geral; só consigo conversar com duas pessoas ao mesmo tempo; mais que seis pessoas numa só mesa é algo que me deixa deprimido; gosto de comida quente e bebida gelada (e festas geralmente trazem o contrário disso); sempre há o risco de encontrar um desafeto; odeio estacionar o carro na rua; só saio em caso por absoluta necessidade e por conta de uma enorme amizade.

24 de abril de 2009

Frase do dia

Há coisa mais sem graça que gente sem (senso de) humor? (Eu até diria que há, mas a lista seria enorme. Pouparei as pessoas que me leem de mais essa.)

23 de abril de 2009

Haja!

Nada mais me surpreende, mas uma porrada de coisas me irritam. Por exemplo: gente autocomplacente, autoajuda (livros, CDs e DVDs, programas de rádio e TV, palestras etc.), autoindulgentes em geral, os falsos modestos, coisas fofinhas, coitadinhos(as), diminutivos de qualquer espécie e matiz, detalhistas, os que "se acham", os que "não se acham", os que não têm curiosidade alguma, pessoas felizes, pagodeiro (e correlatos), educadores, gente que acredita em alguma forma de justiça, os que gostam de picolé de limão, os que empacam na fila, os que prometem mas não cumprem, os que se dizem sinceros, os que se irritam com tudo.

17 de abril de 2009

Frases soltas

Não acredite em sujeitos e/ou sujeitas de boa estampa. Quase sempre o conteúdo é nenhum. E, se houver algum, não presta.

Nunca perdi nada por subestimar as pessoas. Aliás, como já disse o capitalista, nunca ninguém perdeu dinheiro subestimando a inteligência alheia.

Artigo em falta, por sinal. A inteligência. E o dinheiro.

Como tem gente trouxa nesse mundo! Bom, no mundo não sei, mas neste país, com certeza! Só aqui um desinfeliz consegue enganar todo mundo o tempo todo. E os idiotas ainda acham que o cabra trabalha direito. Pois a verdade é que nem uma coisa nem outra.

A filhadaputice é a única constante universal.

16 de abril de 2009

Reflexão irrefletida - 6

Quando passamos a considerar que tudo que aí está "faz parte" da natureza dessa existência porca em que chafurdamos nós e os f.d.p., aí mesmo é que tudo está perdido. E, pelo que vi ontem, nada me convence do contrário - de que ainda existe uma luz no fim do túnel que não seja um caminhão vindo direto sobre a gente.
Não que haja alguma novidade nisso, mas os que ainda temos estômago, ficamos mais e mais com a sensação do desamparo, de que vale mesmo ser canalha vendendo todo e qualquer escrúpulo por uns trocados. E fazendo pessoas dignas sofrerem e se sentirem imprestáveis para o trabalho.
Desculpem o azedume, mas há horas que não dá mesmo.

14 de abril de 2009

O pó

Algumas decepções, tristezas aqui e acolá, pessoas que se vão e deixam boas lembranças, outras que somem, outras ainda que saem batendo as portas. Faíscas cortam o ar de tensões e gritarias histéricas. Pessoas se descabelam, mas algumas há que mantêm o siso e seguem portando sorrisos (confesso ter receios dessas últimas). O que fica, enfim, nem sempre é o que queremos e desejamos. Aliás, quase nunca é. Mas, no fundo, bem lá no fundo, gostaria de algum alento para o futuro, que só promete mesmo a ruína. Esperarei deitado.

9 de abril de 2009

Passou!

Nada como o tempo, a distância, uma e outra tentativa de conversar e uma joanete que não curem uma recaída de paixão. Em frase mais curta: não há ilusão que resista a uma mínima dose de razão. Se não por mais nada, ajuda você a poupar um dinheirão com jantares, flores, cinema etc. na expectativa de coisa alguma. Sim, porque é o máximo que você vai conseguir.

8 de abril de 2009

Pausa

Desculpem a ausência - se é que alguém notou isso -, mas estou trabalhando muito. Mais do que deveria e poderia, levando em conta a idade e as condições físicas, que já não são as mesmas de uns vinte anos antes. Se bem que, nesse tempo, eu tinha de me virar dando aulas para um bando de chucros cujo grau de civilidade os aproximava, talvez, dos orangotangos (ok, estes são mais educados!). Mas, como desgraça nunca vem sozinha, basta dizer que tanta labuta ainda não rendeu um mísero dinheirinho para minhas combalidas finanças. A coisa funciona assim: a entrega de sua força de trabalho é imediata, mas a contrapartida sempre será a prazo - se possível em prestações. Não que em algum momento eu acreditasse que seria diferente, por favor, não me tomem por ingênuo. Enfim, como escrevi na abertura de meu perfil orkutiano: "O trabalho empobrece o homem."

Aliás, qual era mesmo a frase que encimava os portões de um daqueles campos de concentração nazistas? Posso e devo estar enganado, mas era algo no espírito "O trabalho liberta." Ah bom; e depois dizem que os alemães não têm senso de humor...

Falando um humor, aquele comercial daquela famosa marca alemã de automóveis, com os dois atores falando da excelência e da tecnologia do produto deles, ambos com sotaque germânico (com a graça sendo tirada justamente da confusão entre os gêneros das palavras), a peça é ótima. O produto em si não aparece (nem precisa), e o essencial está dito ali, na mistura entre "o" qualidade dos carros fabricados ali e a malandragem de um dos engenheiros alemães em brincar com a "germanidade" do outro. Politicamente incorreto, como quase tudo que essa empresa tem feito em termos de comerciais televisivos, mas dessa vez, muito mais simpático.

Momento "garoto enxaqueca": caminhamos, a passos largos, para a implantação de uma ditadura das supostas minorias. Ora, se a culpa pela crise é dos "brancos de olhos azuis", quanto falta para começarem a dizer, nas ruas, que "aquele japonês está tirando o meu emprego."? Ou "aquele judeu está me roubando"? É o ovo da serpente. E pior: incentivado por alguém que se diz o tempo todo ter sido discriminado por isso ou por aquilo - o que é mentira, por ser verdade.

3 de abril de 2009

Mais mau gosto

Olha, se é para ser ridículo, melhor andar por aí com um chapéu com penas de pavão do que exibir na cintura uma pochete bananinha. (O Fernando, no entanto, acha que usá-la pendurada no ombro é ainda pior. Devo concordar.)

Calça "santropeito", daquelas que vêm puxadas quase até o pescoço. Só devem ser permitidas após os 90 anos de idade. (Da calça ou da pessoa. O que vier primeiro.)

Cena na Rebouças outro dia: um sujeito de idade mais ou menos provecta, usando mocassim, bermuda até a metade do peito, chapéu com peninha e meias que vinham até o início do joelho. Vermelhas.

Aliás, sobre o uso de mocassins: deviam ser proibidos do nascimento até a pós-morte. Com meias, então, seria caso de fuzilamento.

Ternos que não em cor preta ou azul-marinho. E com sapatos pretos, por favor.

Agora, usar terno e carregar mochila, sinto muito, mas é evidência cabal de ausência de noção de ridículo. É a mesma coisa que calça de moletom com salto alto.

Do ponto de vista masculino, nada como a visão das mulheres usando calças justinhas, de cintura baixa, daquelas que você vê quase tudo. É vulgar, mas nem por isso é feio. Agora, exibir a faixa de gaza abundando em sobras e pelancas é dessas coisas que mereceriam a morte na fogueira, por uso de magia negra, ops, por uso de magia desprovida de luz.

Não acabou, não. Mas vocês não acham que eu tenho tempo para ficar mais que trinta minutos por dia escrevendo essas bobagens, acham?

2 de abril de 2009

Reflexão irrefletida - 5

Os "especialistas" desatavam a dizer, anos atrás, que o uso de walkman (e seus similares) representava o caráter de isolamento característico da cultura pós-moderna (ou coisa do tipo), e que isso era negativo, já que apontava para um mundo individualista e coisa e tal. Pois bem, passados pouco mais de dez anos, a última moda é carregar celular ao pescoço emitindo notas distorcidas de variações dos grunhidos praticados pelos homens das cavernas. Ou nhéns-nhéns-nhéns do funk-fuck, o que dá no mesmo. E a porcaria vem em tão alto volume que é possível ouvi-la mesmo na balbúrdia dos ônibus. Quer dizer: não basta ter mau gosto; há de se compartilhá-lo com os demais. Depois dizem não saber os motivos do aumento da violência urbana. Celular no pescoço, e com música (sic) alta é um deles.

Adendo: no ônibus, ontem, entrou o louquinho do transporte coletivo. Sabe, sempre tem um desses justamente naquele em que você está. Eu sentado, o vivente parou de pé, um pouco atrás de mim. E, como todo louquinho, falava sozinho. Às vezes ficava em silêncio, para logo voltar à ladainha sem sentido. Mas havia uma coisa recorrente, que era o verso inicial de uma canção (cuja autoria desconheço e quero continuar assim): "Estou aqui pra te agradar...". O resto não captei, já que o louquinho, a partir daí, mastigava as palavras, diminuía o volume e retornava à fala desarticulada. Vou dizer uma coisa: o infeliz, além de mala, ainda era gozador. Pena que eu não achei engraçado.

1 de abril de 2009

Verdades

1. Eu acredito na existência de uma entidade superior, que rege nossa vida e nosso destino, e que é a bondade infinita em toda misericórdia;
2. Tenho fé na capacidade humana de superar seus defeitos e problemas rumo a um futuro de paz e harmonia entre todos;
3. A necessidade de sobrevivermos como espécie vai se sobrepor à ganância;
4. A justiça acabará prevalecendo em todas as situações;
5. Se eu ganhar na loteria dividirei tudo com os mais necessitados;
6. O amor é o sentimento mais puro e mais verdadeiro;
7. Sim, nós podemos.