31 de agosto de 2011

Poema antigo

Atendendo a um pedido pessoal de minha mais que querida Kuka Fischer:

"Nenhum sonho"

para a Madame Limbo

No fundo da floresta os lobos rondam,
Mas, organza sobre o rosto, tu contemplas
O sol aos poucos sumindo, a trilha aberta
E, sem querer, teus olhos de sono piscam.
Tu, entretecida, sorris: é quase um nada
Entre o que tiveste e o que te deram,
E isso não é amor, essa fenda ensanguentada;
Também não é paixão - espinho que te fere o ventre.
E os lobos, extenuados, voltam a suas tocas
Ao te levantares no silêncio que te expressa
Em meio às sombras desenhadas sobre o musgo,
O sol que desmaia, seus braços, nenhum sonho.