28 de julho de 2011

Frase mais ou menos solta - 11

A matilha que governa este país foi capaz de desmoralizar até mesmo a desmoralização. Sua capacidade de distorcer tudo a seu próprio favor não apenas prova sua vilania como principalmente mostra o povo estúpido que somos. Por acreditar nas mentiras ou por aceitá-las bovinamente.

27 de julho de 2011

Aventuras estomacais

Quando se vai para onde fomos, além da experiência do frio (que nem foi lá grande coisa) e de conviver com a turistaiada em geral, comer é uma das atividades mais interessantes que se pode fazer. A variedade, entretanto, não é das maiores. Existem os tais restaurantes de galeto (ao primo canto, como dizem lá. Para quem não sabe, trata-se de frango, daqueles bem novinhos, daí a denominação). A maior parte resume-se a refeições algo pantagruélicas: saladas, a sopa de capeletti, polenta frita, costela de porco, um bufê repleto de coisas, espaguete com direito à escolha de três ou quatro molhos, lasanha e por aí vai. Fora a sobremesa. Ou seja, come-se muito. Não propriamente bem, mas muito. Muito mesmo. Principalmente se você tiver o apetite do urso peludo que dividiu a mesa conosco. Sim, esqueci-me de dizer: quem vai em excursão com meia-pensão vai ter de dividir, em uma das refeições do dia, seu espaço em mesas coletivas. Coisa intima, umas 8 pessoas numa só mesa. No mínimo. Fazer isso nem chega a ser o maior problema, embora eu ODEIE mesas coletivas. A coisa complica quando as pessoas que dividem a mesa com você não conhecem minimamente qualquer regra de etiqueta social. O tal do urso peludo, por exemplo, devorava tudo que vinha à mesa, e com tal voracidade que achei melhor não esticar muito o braço para pegar um pedaço de polenta frita para não correr o risco de perder alguma parte da mão ou mesmo o braço inteiro. Complicado. Ademais, a família toda dele parecia ser composta de mortos de fome. O que explica o elogio que ouvimos a respeito da comida, que não era lá grande coisa. Para essa gente, o que importa é a quantidade (com preço bom) e não qualidade. Fiquei tentado a indicar para eles um restaurante que vimos perto da prefeitura da cidade, cujas refeições eram servidas ao módico preço de de 11 reais, com direito a suco, predominantemente frequentado pela elite da classe operária local. Era capaz até de nossos companheiros de mesa gostarem, mas preferi não arriscar. Afinal, estávamos em férias.

26 de julho de 2011

Quase no fim

A viagem de férias foi boa, se pensarmos bem. Claro, houve os contratempos de sempre, mas fomos poupados do estresse do aeroporto, tanto na ida quanto na volta - o que, no meu nada humilde entender, já é uma vitória, se levarmos em conta o estado em que o (des)governo petista deixou os aeroportos enquanto reclamava da herança maldita. O único problema é que não houve frio. Ou melhor, houve. Um arremedo de frio, coisa de 6 ou 7 graus durante o dia. Mas foi só. Na terça passada choveu o que choveria num mês inteiro, o que nos deixou presos no hotel (pelo menos a cama era confortável e a infraestrutura do hotel não deixava espaço para o tédio). E o mais importante, descansamos de um semestre que foi o diabo, com gente que é o diabo e situações que foram o diabo. (Claro, por "diabo", aqui, não me refiro especificamente ao ser mitológico, mas sim ao uso que se faz da palavra como imprecação. É preciso explicar tudo hoje em dia!) Também tivemos de passar por situações micadas, mas acho que isso sempre fará parte de qualquer viagem de férias. Sobre elas - as situações embaraçosas ou ridículas -, conto no próximo post. Aguardem.

4 de julho de 2011

Após um looongo intervalo...

"Das refrações"

Para V.

O que nunca está, não se define
Nem debuxo de óleos e amêndoa,
Nem o fio de negros cabelos em
Meus olhos que te buscam no escuro
Das estrelas ou na luz de poços
Mudos. Quisera que assim pudesses
E que eu pusesse a palma da mão
Em teu regaço que contudo proteges;
Mas, juntos, apartamo-nos no abismo
Sobre o qual debruçamos o igual
Que nos fere pele e pelos quais
Desamamos - embora amemos - serenos e mais.