31 de julho de 2007

Curso sobre Poesia Moderna

A pedidos da Ana Rüsche, divulgo aqui um curso que ela e o Dirceu Villa vão ministrar em setembro. Até deu vontade de cursar, vendo o programa... Para quem se interessar, as inscrições podem ser feitas diretamente no site do b_arco.

Poetas da Modernidade: Um Panorama Internacional
espaço b_arco virgilio, oficinas de cultura
www.barcovirgilio.com.br
galeria virgilio, rua dr. virgilio de carvalho pinto, n° 422, pinheiros
(11) 3081.6986, contato@barcovirgilio.com.br

por Ana Rüsche & Dirceu Villa

Objetivos: Apresentar de forma agradável e próxima os principais poetas que produziram durante o século XIX e XX, cujo conhecimento se faz imprescindível para compreensão da arte moderna, como os nomes de Rimbaud, Baudelaire, Rilke, Hölderlin, Eliot, Pound e Pessoa, dentre outros.

Além do apanhado crítico e teórico que pressupõe o curso, os textos serão passados em forma de leitura, com detalhes bibliográficos, para que a apreensão do conteúdo seja interessante e atrativa a todos.

Destinado a: Interessados em poesia, literatura, filosofia e história da arte. Não são necessários conhecimentos prévios específicos sobre poesia.

Início: 01 de Setembro de 2007. Reserve sua vaga

Dias/Horário: De 01 a 29/09 (5 encontros). Sábados, das 11hs às 15hs. Cada encontro terá a duração 4 (quatro) horas com um intervalo de 30 (trinta) minutos

Programa proposto
(sujeito a alterações)

1° Encontro - Poetas de Língua Inglesa- T. S. Eliot
- Ezra Pound
- Emily Dickinson
Comentários sobre: William Blake, e.e. Cummings, William Butler Yeats e Gertrude Stein

2° Encontro - Poetas de Língua Francesa
- Arthur Rimbaud
- Stéphane Mallarmé
- Charles Baudelaire
Comentários sobre: Paul Éluard & André Breton, Guillaume Apollinaire, Jean Cocteau, Jules Laforgue e Tristan Corbière

3° Encontro - Poetas de Língua Alemã
- Rainer Maria Rilke
- Bertold Brecht
- Paul Celan
Comentários sobre: Friedrich Hölderlin, Georg Trakl, Else Lasker-Schüler e Kurt Schwitters

4° Encontro - Poetas de Línguas Italiana e Ibéricas
- Filippo Tommaso Marinetti
- Octavio Paz
- Fernando Pessoa
Comentários sobre: Giuseppe Ungaretti, Joan Brossa e Pablo Neruda

ANA RÜSCHE - Escritora, publicou Rasgada (Quinze & Trinta: 2005) e Sarabanda - Um Caderno de Estudos (Selo Demônio Negro: 2007). Vencedora do PAC - Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo em 2006, e do prêmio Versos Femininos, Prefeitura de São Paulo, 2004.Participou de diversas antologias, dentre elas Oitavas (Selo Demônio Negro: 2006) e foi traduzida para o catalão e o espanhol na Antologia Panamericana - Poetas nascidas após 1976, SérieAlfa por Joan Navarro (2005). Traduções publicadas: Expressionistas alemães, Revista Zunái (2005), Poetas sul-africanos, Revista Etcetera nº 8, Ed. Travessa dos Editores (2006).
Formada em Direito na Universidade de São Paulo (USP), cursa o 5° ano de Letras na USP. Escreve diariamente no blog convidado da UOL, Peixe de Aquário, http://peixedeaquario.zip.net.

DIRCEU VILLA - Poeta e tradutor, publicou MCMXCVIII (Badaró: 1998) e Descort (Hedra: 2003), vencedor do Prêmio Nascente (USP) em 2000. Publicado em revistas e antologias, dentre elas a nova-iorquina Rattapalax n°9, Ácaro e Ciência & Tecnologia. Prefaciou Contos Indianos, de Stéphane Mallarmé (Hedra, 2006); Fausto, de Christopher Marlowe (Hedra, 2006) e Pequenos Poemas em Prosa, de Charles Baudelaire (Hedra, 2007, no prelo).

Formado em Letras na Universidade de São Paulo (USP), concluiu em 2004 mestrado em Literaturas de Língua Inglesa, traduzindo e anotando Lustra, de Ezra Pound. Integra o conselho editorial dos Cadernos de Literatura em Tradução (FFLCH/USP). Ministrou cursos de poesia na Extensão Universitária da USP nos anos 2003, 2005 e 2006. Editor da revista Gargântua (1999), de literatura e arte. Publica, desde 2004, ensaios e traduções na revista digital Germina Literatura, criador de e responsável pelas páginas Officina Perniciosa, Thesaurus e Folha Elétrica, www.germinaliteratura.com.br

27 de julho de 2007

De passagem...

Infelizmente não vai ser desta vez que ficarei famoso, mas minha pequena resenha a respeito do livro A Maldição da Moleira foi publicada no site do Entrelinhas. A limitação do espaço acaba obrigando a gente a deixar considerações importantes de lado, mas o exercício de escrever o essencial foi assaz interessante. Quem quiser conferir, clique aqui.

Diferentemente das demais criaturas deste planeta, gosto do frio. Quem me conhece já sabe disso, de modo que não vou ficar me repetindo além da conta. O calor, embora propicie a visão generosa das beldades femininas (e das masculinas, para quem prefere), também põe à mostra, em proporções muito acima do razoável, o horror das caras suadas, e das camisas manchadas nas axilas. Disgusting, no mínimo. No frio não há nada disso. De quando em quando, um casaco de pele fora do contexto, a estética da cebola, coisas assim. O melhor é que ninguém sai de casa. A cidade fica melhor e mais respirável.

24 de julho de 2007

Paroles, parolagens...

Correu tudo bem na sessão de comunicações da Abralic, ontem. Para quem não sabe, explico: a Abralic (Associação Brasileira de Literatura Comparada) organiza encontros regionais e congressos internacionais que reúnem professores mestres e doutores para falar sobre... Literatura sob a perspectiva comparativista, embora não só por ela. Nessas ocasiões, além das mesas-redondas, há um espaço para a divulgação de trabalhos (em andamento ou concluídos) dos professores titulados, sob a forma de comunicações breves. Em geral, cada um lê um texto previamente escrito - embora sempre haja quem ensaie uma fala mais ou menos improvisada na hora -, a que se segue um tempo para debates entre os expositores e o público eventualmente presente. É, é bem acadêmico - no bom e no mau sentido. Mas o mais divertido é ter a oportunidade de perceber que há uma quantidade enorme de trabalhos que não valem o papel em que foram escritos, assim como também há outros cujo brilhantismo causa inveja, a boa inveja. Além do que os contatos que se estabelecem nessas ocasiões são sempre interessantes, pelo menos do ponto de vista acadêmico e intelectual. Ah, meu trabalho foi bem recebido, mas fiquei com o forte impressão de que metade da audiência não tinha a menor idéia do que eu estava falando...rsrsr! Nada muito diferente de "dar aulas", afinal...

Gastei o que não tenho e comprei três livros: Diálogos com Leucó, de Cesare Pavese; Belverede, do Chacal; e Cemitério, do Paulo Emílio Salles Gomes. Dos três, o do Chacal tem lançamento amanhã, a partir das 19h00, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho. Dos demais, comento depois.

19 de julho de 2007

Conversas convertidas

Minha parceira de Literatura, a Marília, do delicioso blogue Micrópolis (link ao lado, please!), escreveu para mim solidarizando-se quanto ao fato de minha condição isolada e isolacionista. Mas ainda assim ela é menos dominada pela misantropia do que eu, já que lançou uma obra coletiva com a Ana Rüshe, a Silvana Guimarães, a Andrea Catropa, entre outras. Eu, nem isso. Ou melhor, somente um livro muito mal divulgado, por minha própria culpa. A última festa que lembro de ter ido foi uma na qual quase me peguei com o então cunhado de um amigo porque ele encanou com o fato de eu não beber cerveja. Aliás, não beber nada alcoólico. Diga-se de passagem, isso valeria uma tese: os motivos sóciopsicofenomenológicos da agressividade contra os não-bebedores. Como se fôssemos uma espécie de ETs, ou portadores de alguma doença contagiosa. Virgens e de pau pequeno. Agentes da polícia secreta das elites ou da direita que não deseja o sucesso das classes trabalhadoras do país. Delatores. Disfuncionais. Chatos. Próceres da moral e dos bons costumes. E por aí vai...
Acresce que escrevo poemas. Ou pelo menos tento. E, como eu já disse aqui, não existe nada mais esquisito do que poetas (ou candidatos a). Deve ser genético. Mais ou menos como os X-Men ou as personagens de Heroes. E sem nenhuma das vantagens.

Gracejos à parte, escrevi uma pequena resenha do recente livro da Índigo - A Maldição da Moleira (editora Girafinha). Ia publicá-la aqui, mas resolvi, antes, mandar o texto para um site especializado em Literatura - vai que eles se deixam enganar e me dão uma pequena alegria (sim, porque grana que é bom...)

Semana que vem, segunda-feira, vou apresentar uma comunicação sobre um conto de Marçal Aquino. Vai ser no Encontro Regional da Abralic, que este ano acontece na USP. Mais informações, clique aqui. Espero não ser massacrado...

18 de julho de 2007

Palavras ao vento.

Ia escrever alguma coisa sobre o livro da Índigo, de que gostei demais, mas não há como. A morte de tanta gente, por algo que deveria ter sido evitado facilmente, poderia coroar os desastres de que temos sido vítimas, como "nunca na história deste pais", não fosse o seguinte: não acabou aí. Como dizem os americanos, "the cherry on the cake" ainda não foi posta, e esta geração de políticos ainda tem muito a nos apresentar. Os sobreviventes verão. E pior: nem poderão vaiar, já que até isso será proibido.

Os problemas da Educação no Brasil nunca serão resolvidos enquanto a cláusula constitucional que a torna um direito de todos não for suprimida. O Estado faliu, não por falta de dinheiro, mas pela incompetência de quem o administra. Mas nada neste e em qualquer outro mundo salvaria a Educação, cujas contradições irresolvíveis são o alfa e o ômega de seu fracasso, ou melhor, de seu sucesso. Sucesso? Sim, se levarmos em conta que o objetivo é esse mesmo, o de demonstrar sua inutilidade para as massas. "Precisamos adaptar a escola aos novos tempos" é frase de quem já se rendeu ao mercado, à deformação utilitarista que molda tudo e todos. O que seria essa adaptação? Computadores na escola? Aulas dinâmicas? Ênfase na prática? Oras, isso é o mais do mesmo, é fazer da escola uma extensão piorada da própria casa. Quem aprende alguma coisa assim? Melhor: o que se aprende em lugares desse tipo? A mesma coisa que vemos nas ruas, nas delegacias, nos palácios, nas favelas. Criamos monstros que, crentes de sua onipotência, voltam suas garras e armas para nós.
Não, isto que escrevi não é solução pra nada - antes que me venham cobrar alguma coisa. É só um desabafo diante de tanta coisa fora do lugar - de qualquer lugar.

17 de julho de 2007

Algumas palavras

Para não dizer que a vida tem sido improdutiva: aproveitei o tempo mais ou menos livre para botar algumas leituras em dia e ir ao cinema. Por exemplo: por um desses desvios malucos de nossa existência, só fui tomar conhecimento da poesia de Ana Rusche há pouco tempo. E ela estava ali, bem perto, já que transitamos pelos mesmos blogues e sites de Literatura. Mas, nessa minha idiossincrasia anti-social, voltava e girava sempre pelos menos lugares, sem me aventurar em descobrir o que havia por trás (no bom sentido) daqueles outros nomes. Li o 8 femmes, antologia da qual ela e outras poetas participam e, além dos nomes que eu já conhecia, pude tomar contato com outras propostas poéticas - nem todas na linha do meu gosto pessoal, vale dizer -, o que é sempre uma forma de enriquecimento. Um amigo, agora distante, já me havia alertado para a necessidade de, nas palavras dele, "sair do escritório", como se meu isolamento fosse parte de uma atitude algo blasé diante dos colegas escritores. Não é o caso, e ele, mais do que ninguém, deveria saber disso. Mas convenhamos: sou tímido, não bebo, não fumo, e acho que qualquer grupo acima de quatro pessoas já se configura uma ameaça a minha integridade física. Fica difícil, não? Acresce que, quando todo mundo se reúne, normalmente estou trabalhando. Aliás, nem sei porque ainda estou vivo.
MInto: sei. E é para ter a oportunidade de ler bons poemas, descobrir pessoas legais e perder um pouco da descrença na redenção da humanidade. Mas só um pouco.

13 de julho de 2007

Poema!

"Nem as paredes confessam"

Há tempos eu não via o sol se pôr
E hoje ele estava ali onde me refugio
Qual uma chapa de ferro esquecida sobre o fogo
Sob o manto de sólida sombra e sangue.
De onde estou vejo ruas esgueirando-se
Nas entranhas e em mortos morros
Onde vozes gritam no afã de se fazerem ouvir.
Mas o barulho das britadeiras as abafa
Junto com o caldo escuro extraído
Do asfalto - onde carros blindados rosnam.
Quem sangra, afinal, posta-se do outro lado
Da tela de TV em surdez de cristal líquido.
E atrás das paredes, no canto escuro delas,
Mastigo os ossos que me foram ofertados.

Dia do Rock!

Efemérides são um porre quase sempre. Mas esta eu não posso deixar passar em branco: I know, it´s only rock and roll but I like it!

12 de julho de 2007

De volta, mas aos poucos...

Depois de dias e dias de calor insuportável, o frio bateu por aqui - embora sem chuva que amenizasse a secura e a poluição. Dá até pra acreditar que a vida vai dar uma melhorada - mas não vai. Enquanto a próxima desgraça não acontece, vamos levando essa joça como dá.
Escrevo diretamente de um macintosh da agência de propaganda onde exerço - como freelancer - a nobre arte da revisão. Adeus férias! E tudo pra ganhar um troco que me permita pagar as contas, que não param de chegar. O trabalho é bom, por enquanto não rolou nenhum stress, e acho que vai permanecer assim. Nesse meio tempo, escrevo e leio, já que a vida acadêmica - por pior que seja - ainda está em meu horizonte.
Pensei em postar um poema, mas deixei meu caderno em casa (sim, ainda escrevo textos em cadernos!),e, com isso, vou privar vocês de mais essa chateação. No mais, fora a dor nas costas e uma enxaqueca que não me largam, sobreviverei para escrever amanhã, se os deuses da informática me permitirem...
Até amanhã.
P.S.: hoje à noite tem lançamento na Livraria Cultura da avenida Paulista. Um livro do Tim Burton e outro da Índigo. Será às 19h00. Espero encontrar vocês.

6 de julho de 2007

Não morri...ainda!

As eventuais pessoas que aparecem neste blogue fiquem sossegadas: não é o caso de procurarem meu obituário nos jornais. Estou bastante ocupado com um texto que tenho de entregar até terça-feira, por conta do Encontro Regional da Abralic, e nem dá pra pensar em postar nada aqui, por ora. Aguardem mais um pouco (até porque tenho de apagar um pouco a má impressão - sem trocadilho - deixada por minha última entrada neste blogue).