31 de janeiro de 2007

Pois é!

Sempre é tempo de recomeçar. Duro mesmo é fazer isso às 6 e meia da manhã, tomar um banho, tentar se arrumar mais ou menos decentemente e enfrentar o trânsito de São Paulo. Some-se o fato de eu não ter mais vinte anos, mas 45. E não ter mais saco para entrevistas, processos seletivos e quejandos. Mas eu fui, falei de mim, escrevi uma redaçãozinha chinfrim, respondi a um teste padrão. Tudo isso tomou uma manhã. Saí de lá, dei uma volta pela Livraria Cultura, atravessei a avenida e almocei no Wraps. Ou seja, só gastei o dinheiro que não terei. E não é que acabei de receber um telefonema dizendo que passei por essa primeira fase? Por todos os deuses, pensei, quantas serão? Haverá dinâmica de grupo? Jogos interativos? Terei de fazer papéis mais ridículos do que os que já faço? Olha, se depois de tudo eu ainda for um dos escolhidos, tomara que o pagamento dê pelo menos para eu sustentar meus luxos cotidianos, entre eles o de comprar DVDs de todas as séries de TV...

30 de janeiro de 2007

Explicações (des)necessárias

Uma leitora perguntou o motivo de eu ter abandonado os comentários jocosos a respeito de certa instituição de ensino (na verdade, um paradigma delas). Tudo se resume, na verdade, a uma pessoa - o tal do escritor premiado. Ele e seus acólitos xeretaram as versões anteriores deste blogue, devem ter copiado vários dos textos para guardar como prova do crime, e passaram a ameaçar este que vos escreve com promessas de denúncias e as coisas de praxe. Típico dele. Claro que, interpelado, o coisinha negou tudo, que aquilo seria coisa de "amigos" dele. Desconfio, inclusive, que comentários a respeito de eu saber ou não alemão, de eu não ter tarimba para escrever sobre tal e qual assunto, devem ter sido da lavra do rapaz. Não tenho como provar, daí eu não ter levado a questão adiante. Por essas e outras, tal como a Imprensa venezuelana, fui coagido a promover uma autocensura. Mas, do jeito que as coisas caminham naquela instituição, acho que daqui a pouco tempo vou poder soltar o verbo novamente...hehehe! Os motivos não são propriamente positivos, mas não diria que são negativos: aquilo vai fechar. Se não tudo, ao menos a parte que me cabe. Não cairia mal uma demissão, pensando bem - até porque são 15 anos de FGTS. Enfim, aguardemos o desfecho de mais esta comédia bufa protagonizada por uma instituição privada de ensino superior deste país de Chinaglias e Zés Dirceus...

Nada de amargura, portanto. O Carnaval vem aí e tudo será sufocado por confete e serpentina. Se é que ainda existe esse tipo de coisa.

19 de janeiro de 2007

Voltando aos poucos...

O bom das férias é que você pode colocar em dia as leituras atrasadas, os filmes que você não viu e as caminhadas que você não fez. Isso, fora os dias dedicados a botar as papeladas em ordem, fazer aquela limpeza geral em casa, jogar fora pilhas e pilhas de tristezas acumuladas. Nas horas livres, além dos excelentes O Céu de Suely e d'Os Infiltrados, fomos assistir ao Mais Estranho que a Ficção, filme bastante interessante, a despeito de seu desfecho infeliz.
O que chama a atenção, em primeiro lugar, é a premissa da trama: um auditor da Receita Federal, de vida rotineira e medíocre, que de repente passa a ouvir uma voz narrando todas as suas ações - mas de forma, por assim dizer "literária". Logo saberemos que se trata de uma narrativa mesmo, um romance que uma escritora tenta finalizar, mas sem sucesso. Não sabemos, de início, se a vida do funcionário público é ficcional ou não - se sua vida está determinada pela escritora ou haveria, por assim dizer, um "livre arbítrio" da parte do sujeito. Saberemos que não, e me parece que é nesse ponto que o filme desanda, pois a criatura encontra a criadora - depois de mudar radicalmente seu modo de vida, fazendo tudo aquilo que sempre desejou fazer, inclusive apaixonando-se, o sujeito descobre (pela narradora) que iria morrer. Mais que isso: deveria morrer - para manter a coerência interna do romance e para concretizar o que poderia ser a obra-prima da escritora. Não avanço no enredo para não estragar o prazer discutível de quem acha que "o final é importante", mas posso dizer que o desfecho (e a seqüência que leva a isso) estraga um filme que poderia ser muito mais do que é. Apesar de manter o paradoxo (não se explica como a vida do auditor e a narrativa da escritora se cruzam), a solução é pobre, bem ao gosto de um público acostumado ao ramerrão das tardes televisivas. Uma pena, pois o filme é engraçadíssimo - ao menos para quem tenha capacidade de entender a sutileza das piadas, o que não foi o caso da público presente na sessão em que estivemos - e as interpretações foram de primeira linha. Mas não deixa de ser um filme impressionantemente inteligente - nada mais incondizente com nossos tempos.

7 de janeiro de 2007

Férias!

Calma, gente. Janeiro é mês de descanso, e como costumo respeitar esse direito dos eventuais visitantes deste blogue, prefiro recolher minhas armas e afiá-las para o próximo período de labuta que logo logo virá. Tenham paciência.