27 de julho de 2011

Aventuras estomacais

Quando se vai para onde fomos, além da experiência do frio (que nem foi lá grande coisa) e de conviver com a turistaiada em geral, comer é uma das atividades mais interessantes que se pode fazer. A variedade, entretanto, não é das maiores. Existem os tais restaurantes de galeto (ao primo canto, como dizem lá. Para quem não sabe, trata-se de frango, daqueles bem novinhos, daí a denominação). A maior parte resume-se a refeições algo pantagruélicas: saladas, a sopa de capeletti, polenta frita, costela de porco, um bufê repleto de coisas, espaguete com direito à escolha de três ou quatro molhos, lasanha e por aí vai. Fora a sobremesa. Ou seja, come-se muito. Não propriamente bem, mas muito. Muito mesmo. Principalmente se você tiver o apetite do urso peludo que dividiu a mesa conosco. Sim, esqueci-me de dizer: quem vai em excursão com meia-pensão vai ter de dividir, em uma das refeições do dia, seu espaço em mesas coletivas. Coisa intima, umas 8 pessoas numa só mesa. No mínimo. Fazer isso nem chega a ser o maior problema, embora eu ODEIE mesas coletivas. A coisa complica quando as pessoas que dividem a mesa com você não conhecem minimamente qualquer regra de etiqueta social. O tal do urso peludo, por exemplo, devorava tudo que vinha à mesa, e com tal voracidade que achei melhor não esticar muito o braço para pegar um pedaço de polenta frita para não correr o risco de perder alguma parte da mão ou mesmo o braço inteiro. Complicado. Ademais, a família toda dele parecia ser composta de mortos de fome. O que explica o elogio que ouvimos a respeito da comida, que não era lá grande coisa. Para essa gente, o que importa é a quantidade (com preço bom) e não qualidade. Fiquei tentado a indicar para eles um restaurante que vimos perto da prefeitura da cidade, cujas refeições eram servidas ao módico preço de de 11 reais, com direito a suco, predominantemente frequentado pela elite da classe operária local. Era capaz até de nossos companheiros de mesa gostarem, mas preferi não arriscar. Afinal, estávamos em férias.