23 de setembro de 2006

Como ser um escroto em oito lições práticas

1. Construa uma imagem para si, de preferência que faça de você um defensor das minorias, dos pobres, dos frascos e dos comprimidos. Também vale aquela em que você posa de sábio, de intelectual - preferencialmente de esquerda.
2. Escreva livros ou dê palestras a respeito daquilo que acham que você sabe. Consultorias e programas de televisão, mesmo que de TVs educativas, valem ouro. Ou vire líder sindical, que dá no mesmo. Neste caso, e dependendo do sindicato, vale cultivar a imagem de tosco, meio pornográfico, grosseirão, que "fala como o povo".
3. Faça amigos que detenham algum poder em postos-chaves da máquina estatal ou de instituições privadas. Bajule-os o mais que puder, sem parecer que o faz.
4. Instigue seus subalternos contra os demais chefes. Conte mentiras, calunie, difame, aumente. Vale tudo. Se vierem interpelá-lo, negue tudo e escreva (ou pague a um ghost-writer) um artigo em que você reitera sua retidão comportamental, moral e ética. Se puder, faça um discurso falando de sua inocência e da trama que a oposição está armando contra sua genialidade e demais condições pessoais.
5. Diga o quanto você é macho, sugerindo que os demais não o são, e dando a entender que essa última condição é um demérito para o exercício de qualquer profissão ou cargo público. Faça piadinhas a respeito das peculiaridades de uma cidade qualquer.
6. Instigue seus subalternos contra os demais chefes. Conte mentiras, calunie, difame, aumente.
7. Cumprimente todo mundo, em público, para que as pessoas vejam o quanto você é de boa índole. Depois, não se esqueça de contar mentiras, caluniar, difamar etc. Nada como ter as massas agindo a seu favor na hora H.
8. Faça-se de vítima.

Obs.: evidente que isso não se aplica a nenhum caso concreto, nem da esfera pública, muito menos no âmbito da privada, ops, da esfera privada. Trata-se apenas de ajustar as carapuças, caso largas ou justas além da conta.