16 de dezembro de 2006

Recesso

Por ora acabou. Se, de um lado, isso implica não ver mais (ou ver muito menos) pessoas que se tornaram queridas ao longo desses últimos dois anos, também significa ficar pelo menos um mês sem ter de olhar para a cara de muita gente infeliz. Viver, como os antigos discos de vinil, sempre tem dois lados.
Mas final de ano também traz consigo o inferno das compras. Não as suas, ou melhor, as minhas - que isso eu faço pela internet mesmo, que é muito mais cômodo e barato. O problema é que sair para um simples cineminha vira operação de guerra: é preciso planejar as estratégias de modo a não ser apanhado no congestionamento das ruas e dos estacionamentos. Isso implica sair da casa cedo, deixar o carro numa garagem central e pegar metrô, por exemplo. E haja disposição para entrar nos vagões cheios de gente suada, correndo o risco de ser furtado ou encontrar um grupo de adolescentes cheios de hormônios gritando em seus ouvidos.
E ainda temos as chuvas de verão. Ou melhor, as tempestades. Nessas horas, se você der o azar tremendo de estar preso no trânsito em lugares baixos ou próximo a rios e córregos, só resta abdicar de seu ateísmo e rezar. Não que a mão do criador baixará à Terra para resgatar seu carrinho das águas, mas já que você não vai mesmo conseguir salvar seu patrimônio da desgraça, corra e salve-se a si próprio. Se estiver numa região alta, cuidado com as árvores - muitas não suportam a ventania e os cupins e desabam sobre os carros. E nem adianta deixar o carro na garagem, a não ser que seja coberta e não esteja na baixada. Sabe como é: costuma chover granizo nesta época do ano...
Uma saída seria viajar. Mas como eu não tenho um Aerolula, desisti rapidinho da idéia. Até porque nem sei se terei emprego ou salário digno desse nome ano que vem. É bem provável que não. Pegar estrada virou coisa de suicida. Ir de ônibus é correr o risco de ser assaltado no meio do caminho. E esse negócio de reveillón, pra mim, é coisa de quem não se deu conta da merda em que estamos. Assim como o carnaval. Estão comemorando o quê, bando de alucinados?
Melhor mesmo ficar em casa, trancado. Mas, aí, dois problemas: os vizinhos, e a possibilidade de o prédio desabar. Bom, se for acontecer, melhor a segunda hipótese...

2 comentários:

Fátima disse...

Na tua lista ainda faltou coisa ruim: não se pode ir a um barzinho sem ter que aturar aquelas infindáveis confraternizações... não há um lugar que não fique tocando aquelas horríveis musiquinhas natalinas...
enfim, de bom mesmo por essa época, só o Mundial conquistado pelo Inter!!! (eheheheeheh)

Beijos Ricardo, muita saudade!!!

Lívia disse...

Bom, tb detesto essa época, fui ao cinema e levei uns 40 minutos para estacionar o carro...
Estou de blog novo, dá uma passadinha lá: www.periodocomposto.blogspot.com

Beijos