28 de maio de 2007

Outro poema.

Poema bastante contemporâneo

Sapatos de verniz riscam o assoalho
Onde se projetam as pernas das senhoras
E suas varizes que deixam rastros
Entre o verde e o marrom - qual bosta
Que evito, o asco me subindo a garganta.
Ao canto, vêm-me falar de amor
Como crer em deuses ou em borras de café
Sujando os pires. Mas esses morrem
Tarde e comem grama nascida no asfalto,
Enquanto concertam suas mandíbulas travadas
Em ré menor - celulares aos ouvidos.
Mas não há quem ouça senão a si próprio,
Senão o roncar de suas entranhas,
O torcer dos intestinos até a volúpia das fezes
Nas quais deslizamos, quase felizes.

Um comentário:

Eliza Araújo disse...

mas as senhoritas também têm varizes. bem como as jovens senhoras. e amores moderninhos vão ser sempre tão avessos, irresponsáveis.. vítimas do aquecimento global. (risos)