27 de setembro de 2007

Das descobertas

- Ainda não foi desta vez, mas ao menos alguma coisa boa aconteceu - embora não tenha sido exatamente o que eu desejava. Daqui a um mês mais ou menos eu venho aqui confirmar a novidade. Por ora, até para evitar a inveja alheia, vamos deixar como está.
- Participei de uma mesa-redonda, como convidado, numa universidade aqui de São Paulo. O tema era "O processo de criação poética". Fiz minha parte, sem entrar em maiores elocubrações, tentando pontuar com bom humor o que eu entendo a respeito da coisa. Aí entra o outro debatedor, professor da instituição. Começou bem, mas depois degringolou numa fala alucinada da qual sequer a figura do "eu", na acepção moderna, sobrou viva. Chegou a negar a existência desse "eu", dizendo em seguida que o que existe é um "eu coletivo", seja lá isso o que for. De minha parte, repliquei - sem causar polêmica - que essa questão talvez fizesse sentido até o século XVIII, mas que a partir de então a figura do "eu" se faz fundamental para a lírica moderna, até mesmo em função do exacerbamento da individualidade romântica, de que somos vítimas até hoje. Como não havia mais tempo, a coisa ficou por aí. Mas que o sujeito era um mala - e, por ironia, um egocêntrico de primeira linhagem - isso ele era, sim.