15 de outubro de 2007

Mas a propósito de quê?

A que mundo pertencem os professores? São uma classe social? Uma categoria profissional? Lúmpens? Devo confessar que não tenho a resposta. Certo é que, mais que qualquer outro segmento, o universo dos professores é amplo e quase irrestrito, o que confere o alto nível de picaretagem a que estamos sujeitos. Até os ditos populares rebaixam essa figura: "Quem sabe faz; quem não sabe, ensina." E por aí vai. Em vários casos, trata-se da mais pura verdade. E os interesses são tantos, que não há mesmo como conciliar tudo e todos, mesmo porque há tipinhos que se dizem professores que faça-me o favor! Ganhando o que ganha, e tendo de se desdobrar em inúmeros empregos para pagar as contas e o imposto de renda, não espanta o grau de ignorância de parcela significativa desses profissionais. E, tendo de se equilibrar entre a direção e a clientela, com ameaças (por vezes físicas) de ambos os lados, não admira as panes nervosas, o estresse, as doenças cardíacas e gastrointestinais. Mas vamos comemorar assim mesmo, a troco de nada, apenas para esquecer - por um momento que seja - a desgraça que fizeram de uma profissão que talvez seja a mais importante de todas, mas que nunca, nunca, nunca na história deste país foi tão vilipendiada por todos os que dela dependem: governantes, dirigentes, pais e filhos (da p., que seja!).