1 de dezembro de 2007

Tragédias

Acabei de ler no jornal que cerca de 65% dos estudantes de escolas públicas estão satisfeitos com o ensino que recebem. Nesta mesma semana, contudo, ficamos sabendo que, além de estamos nos últimos lugares nos desempenhos em leitura e compreensão de textos e matemática, também seguramos a lanterna em ciências. A conclusão primeira é que não existe senso crítico nessa moçada que freqüenta a escola pública (se bem que, pelos relatos que recebo, está mais para escola "púbica"). Outra conclusão, que não é descartável, é que os aferidores internacionais de aprendizado não servem para nós, aqui do terceiro mundo. Este último raciocínio equivale mais ou menos a culpar o termômetro pela febre que sentimos, mas nem isso inibe as autoridades educacionais de fazer uso dele se necessário.
Vale dizer que essa história de permitir ao aluno avaliar o professor, à parte a demagogia que lhe confere forma, é um desses lampejos de calango que mereceria uma sova no meio da praça. E desde quando uma criatura que não sabe nem falar pode se dar ao direito de dizer se o professor sabe ou não "dar aulas"? Não que o mercado não esteja repleto de imbecis, incompetentes, larápios, embusteiros e assemelhados que se dizem "professores" e não façam mais que desfilar seus egos ou sua ignorância, ou se dediquem à doutrinação mais fdp que vocês puderem imaginar. Mas convenhamos, de onde tiraram a idéia de que o aluno tem alguma capacidade de dizer que a escola é boa? Boa em que sentido? Boa para quê? Só se for para venda e consumo de drogas, prostituição, violência, roubo e furto. Sim, porque estelionato é em outra instância, como sabemos muito bem.
E vocês ainda querem que eu acredite em alguma esperança? Ah, esperem sentados(as)!