29 de fevereiro de 2008

O que não foi

(para MC, G e, principalmente, JM)

Certos amores só são eternos porque nunca se concretizaram.
O que ela e eu poderíamos ter sido talvez fosse apenas algumas horas na cama, quem sabe um cinema e um jantar, e o desprezo mútuo do instante depois. Melhor assim, cada qual com a lembrança do que nunca foi, das mãos que nunca se tocaram, dos corpos que nunca se conheceram, dos lábios que nunca se beijaram. Melhor apenas uma fotografia que ficou, com sorrisos que jamais se apagarão, memória daquilo que não viveremos em época alguma, mas que foi bom, assim, simplesmente.