6 de dezembro de 2008

Reflexão irrefletida - 3

A melhor frase a respeito da relatividade do conceito de deus me foi dada pela Lúcia, lá da editora Saraiva: "Quando o paciente é curado da doença, os parentes todos dizem 'Graças a Deus!'; se o infeliz morre, a culpa é do médico incompetente que cuidou dele." Por que não pode ser o contrário? Outros dirão que ambas as ocorrências são fruto da vontade divina - no que, pelo menos, terão alguma coerência. Mas como eu já disse há tempos, "coerência é para as máquinas". Assim, sendo, voltamos ao velho problema de que a divindade foi erguida à nossa imagem e semelhança, e não o oposto, como dizem alguns textos sagrados. Digo isso porque, entre outras, depois de passar incólume por todas as viroses do ano, acabei de pegar uma, daquelas ótimas. Não tem nada a ver, mas é um excelente pretexto para afirmar, mais uma vez, uma de minhas descrenças básicas.