22 de maio de 2009

Para não ficar em branco 4

Viver, já disse Riobaldo (Grande sertão: veredas), é muito perigoso. Ultimamente, entretanto, está ficando mais e mais complicado. E chato. Somos massacrados por imposições politicamente corretas, advogados chicaneiros, achacadores em geral, chantagistas, vendedores de bala e chiclete, administradores incompetentes, motoristas alucinados, governantes pessimamente intencionados, relacionamentos amorosos frustrados e/ou desastrosos, contas e mais contas, impostos de todos os tipos, invejosos, ciumentos, gente "fofa", bichinhos cor-de-rosa, acordos ortográficos, obrigações profissionais e acadêmicas, doenças, e a lista não teria fim se este escriba não a terminasse agora. Bem dizem que a existência é um oceano de provações e uma e outra ilhota de prazeres, mas pergunto: e quando seu existir se resume a um remar infindável num mar sem qualquer horizonte?