2 de agosto de 2009

Poema

"Poema à direita"

É fácil assim: o branco não se mescla
À impureza do preto qual xadrez
Sem partições, de que resta o campo
Rubro onde boiam corpos putrefatos.

O passo seguinte é desconcordar
Das incrustradas jazidas oleosas
A prometer remissão e boa vontade
E uma caixa de sonhos bons.

Mas o ponto máximo da guinada
- Se foi isso, e não o natural fado -
É descrer do poder e da inocência

Do povo, essa forma desenformada
A quem tanto faz quem manda ou desmanda
Desde que o pão lhe pague e o circo traga.