5 de setembro de 2009

Reflexão irrefletida - 7

Há certos tipos que têm a necessidade doentia de manter relações de amizade ou coleguismo com todo mundo. Não é o meu caso. De uns tempos pra cá, sobretudo, ando prescindindo disso e radicalizando. Em bom português: ou gosto ou desgosto. Não sei se é a idade ou o ceticismo, mas ocorre que, tão logo eu ponha os olhos na figura, já posso dizer se presta ou não. Raramento erro. E, de quem eu gosto, sou capaz de mover o mundo. Claro que a contraparte é a de eu sequer tomar conhecimento daqueles de quem não gosto.
Esse preâmbulo todo (e o Fernando vai achar alguma verdade nisso, que eu sei) é para manifestar meu asco em relação a gente que precisa de atenção. Da sua. Ou melhor, da minha. São capazes de qualquer coisa: esbarrar com você em praças (esbarrar mesmo), falar mal de você para todo mundo, gritar por aí que você não dá atenção à insignificância do desprezado e por aí vai. Muitos poderão objetar que bastaria eu responder ao apelos da figura, quem sabe respondendo ao "bom dia" altissonante, que a chatice terminaria. Mas não. Gente assim, tão logo você abra a brecha da porta, já entra na sua sala, deita no sofá, tira os sapatos, abre sua geladeira, urina fora do vaso e ainda chama você por um apelido que ele mesmo criou. Ou seja, manifesta sua verdadeira face de folgado. E não duvido que, pelas suas costas, continuaria falando mal de você, da bagunça da sua casa e da cerveja pouco gelada. Há quem ache tipos assim engraçados. Eu não, até porque já conheço o enredo do pastelão que virá.