13 de outubro de 2009

Poema

"Da vida natural" (I)

Sobre a água lodosa uma ave patinha
Indiferente aos olhares estúpidos dos que passam
Ao largo do lago com que flerta o sol
Entre nuvens e alguma vã promessa de dia claro.
Em meio a crianças que gritam o deslumbre
Ante a teimosia daquilo que sobre a água
Ou sob ela permanece, em quase sobressalto
E sem perspectiva alguma que não a de um verme
Brotando aqui ou um inseto acolá
Que lhe sacie sede e fome e lhe traga outro dia
De olhos abertos, largos lagos e porvires aziagos.