17 de março de 2011

Das doideiras

Estava demorando pra aparecer mais uma criatura maluca em minha vida. A fulana, não bastasse ser feia, ainda é gorda. E de óculos de aros grossos e olhar de quem toma tarja preta. Aproxima-se de mim, rodeia-me e, enfim, dá o bote. Diz que eu falo "certas coisas" que a ofendem muito, ela que rala o dia inteiro (imagino em quê, mas afasto logo o pensamento) e acha que não merece ouvir determinadas coisas. Num repasse mental rápido, tento me lembrar o que, afinal, eu teria dito. Nenhum comentário racista, misógino, misantropo ou antipetista. Quase entrei em pânico, mas lembrei do naipe da figura à minha frente com seus olhos de camundongo dopado. E aí percebo a desgraça da lágrima escorrendo. Uma. Duas. Várias. "Porque não é possível a gente sofrer tanto o dia inteiro e ter que ouvir as coisas que o senhor diz..." Epa, epa, epa! Começa que "senhor" é a PQP. Querida, acho que você está completamente equivocada, não ofendi nem quis ofender ninguém, muito menos você. Ok, admito que, na verdade, o que realmente pensei foi: "E você acha que eu perderia meu tempo em ofender você? Na verdade só percebi sua existência agora, depois de você ter saído de sua toca...", mas achei melhor refrear o ímpeto. Fato é que não importa muito, pois a marmota não estava ali para ouvir qualquer argumento, mas apenas expor e compartilhar o incômodo da existência dela comigo fazendo-se de vítima, o que foi depois confirmado pelos que presenciaram a comédia. Enfim, eu já disse, neste mesmo blogue, que eu devo ser um ímã de gente doida. Pois é.