12 de abril de 2011

O mundo cheio de asnos

A experiência sempre temerária de sacar dinheiro em caixas eletrônicos pode ser ainda mais emocionante se você o fizer nos equipamentos de um certo banco espanhol, que conseguiu transformar um outro excelente banco (comprado pelo primeiro)numa sucursal do inferno. Trata-se de um desses notórios casos de nivelamento pelo pior. Enfim, como eu não tenho mesmo escolha e sou obrigado a manter uma conta nessa instituição, lá vou eu tentar sacar um dinheirinho, já que nem a possibilidade de transferência de valores aquela tranqueira me dá. (Ou melhor, dá, mas eu teria de ir até a agência onde mantenho conta, falar com o gerente, conseguir a maldita autorização para movimentar o MEU dinheiro da MINHA conta para outra, em outro banco.) Posto-me diante da máquina, faço todos os procedimentos necessários (insira seu cartão, aguarde a validação do cartão, retire seu cartão, digite sua senha, digite seu código alfanumérico, escolha a opção desejada etc.etc.) e descubro que apesar de ter direito a sacar 2 mil reais, estava limitado a 600 reais naquele terminal. Conformado, digitei o valor. Ouço o zumbido dentro da máquina. Outra vez. Mais uma vez. E outra. E outra. Depois de cinco minutos que pareceram vinte, a mensagem na tela: "Erro na contagem de notas. Operação cancelada." Vou ao terminal do lado. Opa, poderei sacar 1.500 reais dos 2 mil a que tenho direito! Que puxa! Digito o valor. Surge a mensagem: "Operação não disponível neste terminal." Das oito máquinas naquela agência, só duas funcionavam. Aquelas duas. Que funcionavam para os outros, não para mim. Nessas horas, é sempre bom pensar o quanto seria bom ter um sabre laser de verdade para cortar algumas cabeças por aí. Lembrei que havia, ali pertinho, outra agência do malfadado banco. Fui até lá. Dois terminais funcionando, epa! Mas foi alarme falso, consegui retirar parte do dinheiro. Eu disse "parte" porque, para variar, dos 2 mil reais a que eu tinha direito, eu só poderia sacar 1.500...
Acabou? Não, tem uma continuação, embora não envolva mais esse estabelecimento bancário dos infernos, mas uma loja de uma famosa rede de comida supostamente japonesa. Mas isso fica para uma próxima, se eu não me esquecer de postar mais essa aventura burlesca por mim vivida. O bom é que, pelo menos, não fui assaltado tão logo saí do recinto vermelho (devia ser de vergonha) do banco que só inova - embora eu ache que a inovação deles consista em como torturar ainda mais suas vítimas, digo, seus clientes.