4 de outubro de 2006

Corredor Literário na Paulista...

O debate ocorrido ontem à noite, com o Marcelino Freire, o Nelson de Oliveira, o Juliano Pessanha, o Fabrício Carpinejar e o Manuel da Costa Pinto, até que foi bom. O lugar é que não era dos melhores, embora proporcionasse a saudável aproximação física da platéia com o público ali presente, que não era dos menores. Acresce que a existência de um café ali do lado (estou falando do espaço de debates da FNAC da avenida Paulista) trazia certo desconforto auditivo, pois a barulheira de quem estava ali somente para tomar alguma coisa e jogar conversa fora, mais as xícaras, mais aquela campainha irritante chamando os fregueses pelas senhas, tudo contribuiu para me dispersar um pouco. Mas, após as falas dos participantes, as questões feitas pelo público suscitaram intervenções divertidíssimas (e outras nem tanto) dos debatedores. Na fala de todos, porém, um dado me chamou a atenção: a existência de uma neurose por parte de alguns escritores em superar os demais em termos de vendagem, de resenhas, do escambau. Uma espécie de corrida de obstáculos, digamos, de ordem intelectual. Se é que posso me expressar assim. E que, de acordo com os presentes à mesa, era uma imbecilidade, um desserviço à causa literária. Conheço alguns assim, infelizmente. Adeptos da causa do "eu primeiro e único". Espero que seja somente devido à dosagem subestimada do remédio que tomam. Mas sinceramente, duvido que o problema seja só esse.