27 de outubro de 2007

Coisas particularmente irritantes

1. Corre por aí certa mania, entre profissionais do ensino e coordenadores (ou coisa que o valha), de se dirigir ao outro chamando-o de "professor". Assim:
- Você não acha isso, professor?
Mais ou menos como alguns fazem com garçons, lixeiros, comissários(as) de bordo e outras categorias. Odeio isso. Odeio que me chamem assim. Da próxima vez vou responder: "Escuta, você me conhece? Se sim, me chame pelo nome. Se não, antes de se dirigir a mim, pergunte como me chamo. Se não quiser se dar a esse trabalho, nem fale comigo. Poupa uma série de aborrecimentos: o seu, por ter de perguntar meu nome; o meu, de ter de falar com você." (A quem considere que eu esteja renegando minha própria categoria: não é o caso. Racionem: quando eu chamo o outro de "professor", eu estabeleço uma diferença entre mim e ele. Ou seja, eu não sou professor, o outro é. Sendo assim, reitero: ou me chamam por meu nome, ou me trate por "colega", que ao menos estabelece uma equanimidade - que não existe, eu sei, mas é o preço que se paga por viver socialmente. Claro que todas essas observações valem se o outro não for um fdp carreirista e sabotador. Aí é melhor deixar o doido continuar a falar sozinho ao telefone celular, ou seja o que estiver fazendo...)

2. Antigamente, havia um setor nas empresas que se chamava "Departamento de(o) Pessoal", com pequenas variações aqui e ali. Como parecia pouco simpático e eficiente, mudaram para "Setor de RH". Hoje, já falam em "Gerência de Relações Humanas", "Gerência de Pessoas", o escambau. Claro que só mudou o nome, já que a putaria continua a mesma - se não pior. Agora, de todas essas modas administrativas, a que mais me torra a paciência é a boiolice de chamar o (outrora) empregado de "colaborador". Como assim, "colaborador"? Deve ser para justificar a merda da salário e a quantidade de serviço que jogam em nossas costas. Sendo, "colaborador", intui-se que eu esteja lá para ajudar a empresa a galgar os degraus do sucesso, se forma abnegada, vestindo a camisa da equipe. Oras, eu não visto nem a camisa do time de futebol para o qual torço, que dirá o de uma empresa que só faz sugar meu sangue... Não, gênios da administração, nós somos "empregados" mesmo, paus-mandados, submissos e submetidos ao poder. Estou lá para ganhar um dinheirinho que pague minhas contas, e não para estabelecer intimidades, ser solidário, amiguinho ou o c... Se isso acontecer, ótimo; todos saímos lucrando. Mas o que me irrita é essa obrigatoriedade. De qualquer coisa. Ademais, se eu quisesse trabalhar numa coisa que me obrigasse a ser simpático, ia ser Relações Públicas ou recepcionista de consultório dentário, e não isso que estou fazendo para vocês, que diabos!