5 de março de 2009

Um poema

"Nem isso"

Não sei se é o que penso,
Se amor ou qualquer forma de atropelo,
As ruas da cidade estão intensas
De gente de olhos abertos e mentiras idem,
E nossos ombros sempre esbarram em outros,
Enquanto ouvimos rock and roll
Sozinhos
Em meio à gritaria usual e pressas e pés sem dono.
Em repetidos momentos olho para a rua
E me lembro do que não tivemos,
Meus olhos buscando os seus, que ficavam
E fugiam enquanto pousava sobre nós a noite
Com seus sussurros. Um jazz ao fundo,
Algumas vozes, um tinir de pratos na cozinha.
Talvez amor, um gostar que entra pela fresta
Da porta entreaberta, um livro repartido,
Talvez minha mão em seus cabelos,
Meus lábios nos seus, talvez nem isso.