28 de agosto de 2009

Descanso

Os olhos funcionam pior que há alguns anos. Os ouvidos ainda dão para o gasto. A voz já era, reduzida a um fiapo. As costas doem, bem como o pescoço e adjacências. Ainda tenho cabelo, mas por quanto tempo? As rugas começam a surgir com mais ênfase. Não posso comer tudo do que gosto. Estou ganhando um cintura incômoda. E alergias antes inexistentes. Não suporto multidão nem filas. A alegria alheia me ofende. Sinceramente, diante de um quadro desses eu não teria muita esperança de poder aproveitar a vida depois da aposentadoria. Mesmo porque nem haverá uma. Vida. E aposentadoria, consequentemente.