22 de setembro de 2009

Outro poema

"Das incompatibilidades"

Como nasce o dia com sua chuva
Ou o sol e seus prenúncios secos
Teus olhos me encaram sem piscar
Fixa que estás no monitor que ora contemplo.
Difícil o amor em tempos como os nossos,
Difícil o amanhecer de teu olhar entreaberto,
Enredados os atalhos, embaralhados os trabalhos,
E, embora sejam iguais nossas agendas
Diversos são os ritmos que empreendemos
E quase nada caiba no que sobra
E eu me arraste em redor do que me resta
O amor (ou no que seja) feito código e virtualidade
Enquanto cai a chuva ou o sol se mostra
Mas é lá fora - onde a vida em si desacontece.