19 de setembro de 2009

Poema

"Apenas sobras"

Há momentos assim: ao nascer do dia
Ou no apagar as luzes só um buraco
Sem fundo te olha sem urgência
E, movas um dedo ou arrisques um riso,
Não haverá chuva para que brotem
As sementes que tão ciosa pousaste
Sobre o solo ainda de verde cobrindo.
Somente um sol calado e cálido
Arrastará teus dias e empedrará a seiva
E nada farás, a favor ou contra,
Porque há momentos assim, de uma
Inteira existência, de apenas sobras
Das mortas sementes que tão cuidosa lançaste.